Homem de Aço: de “Nicão” a símbolo de 40 mil barrageiros 

Acervo histórico mostra curiosidades sobre a época da construção de Itaipu.

H2FOZ

A usina de Itaipu não é apenas uma obra gigantesca. Ela é também um mar de causos, alguns já esquecidos no tempo, outros lembrados aqui e ali por aqueles que viveram a aventura de construir “a maior usina do mundo” (hoje, maior do mundo em geração de energia elétrica). 

O Homem de Aço, uma escultura de nada menos que duas toneladas, construída com sucata de maquinários pelos próprios operários que construíram a usina, nos anos 1980, é um bom exemplo desses causos.

Símbolo dos 40 mil barrageiros que passaram pela construção, a escultura é atualmente um dos atrativos para os milhares de visitantes da usina, que se encantam com aquela figura humanoide, que expressa força e agilidade. Ela representa um corredor, segurando uma tocha olímpica.

E é esta mesmo a explicação para a existência do Homem de Aço: ele foi criado pelos próprios operários, para chamar a atenção para uma olimpíada interna. A olimpíada foi organizada pelo consórcio Unicon, um grupo de empresas brasileiras que, junto com o consórcio paraguaio Conempa, ficou responsável pelas obras civis da usina.

Dali veio o apelido carinhoso para a gigantesca escultura, dado pelos trabalhadores: “Nicão”. E só se ficou sabendo disso há pouco tempo, graças à foto do acervo doado por uma estagiária à Divisão de Imagem Institucional de Itaipu.

Entre as fotos do acervo de Natasja Alvarenga Saverio, que pertencia à avó dela, havia uma da escultura, com o nome escrito em cima, para identificar: “Nicão” (veja abaixo). 

Um dos barrageiros que participaram da criação do Homem de Aço, nos anos 1980, foi Leomar Alves da Silva, hoje com 63 anos. Leomar contou que, durante a montagem, os trabalhadores juntavam sucatas das máquinas e, trocando ideias, iam encaixando e montando até se chegar a uma figura que lembrasse uma pessoa.

Leomar: peças encaixadas e soldadas até ganhar forma humanoide. 

O depoimento de Leomar, com esta e outras histórias, faz parte do acervo do Espaço do Barrageiro, um projeto da Itaipu, em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu, “para recuperar, preservar, valorizar e difundir a memória dos mais de 40 mil trabalhadores que ajudaram a construir a hidrelétrica”.

Voltando às fotos de Natasja Alvarenga Saverio, muitas falam por si. São imagens de uma obra única no mundo, à época, a envolver tanta gente e tantos recursos.

Fonte: Jornal de Itaipu Eletrônico (JIE)

A foto doada veio com “legenda” no alto. “Nicão”. Acervo de Natasja Alvarenga Saverio
O caminhão que levava os operários era chamado por eles de “discoteca”. Acervo de Natasja Alvarenga Saverio
A aglomeração em frente aos refeitórios. Acervo Natasja Alvarenga Saverio
Transporte de uma das calotas usadas nos testes dos condutos forçados.. Uma delas está hoje no Parque da Piracema.Acervo de Natasja Alvarenga Saverio
Os gigantescos caminhões Sansão. Um deles está exposto no Ecomuseu. Acervo de Natasja Alvarenga Saverio

 

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