Gestante que passou 89 dias internada ganha bebê em Foz do Iguaçu

Paciente do Hospital Ministro Costa Cavalcanti ficou quase três meses deitada devido a uma abertura do colo do útero.

Paciente do Hospital Ministro Costa Cavalcanti ficou quase três meses deitada devido a uma abertura no colo do útero.

Referência para atendimento a gestantes em Foz do Iguaçu e região, o Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) foi o cenário de uma incrível história de superação: Paola (o sobrenome não foi divulgado por questões de sigilo médico/paciente), que passou 89 dias internada devido a uma abertura no colo do útero, deu à luz Miguel, de 35 semanas.

De acordo com a assessoria do hospital, a complicação foi descoberta durante exame de rotina, na 20ª semana de gestação. Diagnosticada com incompetência istmocervical – uma abertura indolor no colo do útero e que pode resultar no parto do bebê –, ela precisou ser internada às pressas para procedimentos de emergência.

Imagem: acervo da família

Pelas 13 semanas seguintes, Paola teve de ficar internada em repouso, sem saber quando receberia alta. No início, foi autorizada a sentar na cama e ir ao banheiro, em cadeira de rodas. Com o tempo, porém, foi identificada a diminuição do colo, o que levou a equipe a deixá-la em repouso absoluto, deitada e com as pernas elevadas.

“No início foi assustador. Tive que abrir mão da minha rotina, meu marido remanejou o horário de trabalho, tivemos medo, incertezas, mas tentamos”, disse a gestante, que foi acompanhada pela médica ginecologista e obstetra Carolina Oderich.

“Logo depois do exame, nós já realizamos a tentativa de introdução de pessário, uma estrutura de silicone semelhante a um anel vaginal e que segura os órgãos pélvicos, mas não foi possível”, detalhou a médica. “Então, decidimos internar a paciente no HMCC para um novo procedimento. Desta vez, optamos pela cerclagem, que praticamente costura o colo do útero. Uma manobra um tanto arriscada, mas com a compreensão e a confiança da paciente, sendo essa a única alternativa para o seu caso, que no final deu tudo certo.”

Durante a maior parte do tempo, Paola precisou ficar deitada e com as pernas para cima. Imagem: acervo da família

Na 33ª semana, Paola recebeu autorização para aguardar pelo fim da gestação em casa. “E aí nós iniciamos um processo de reabilitação”, explicou Carolina, enaltecendo o trabalho dos profissionais de apoio. “Por passar tanto tempo deitada, sem se movimentar, a musculatura estava frágil, foram dias de fisioterapia para ela ir bem para casa.”

Miguel nasceu no dia 1º de junho, na 35ª semana de gestação, com 2,7 quilos e sem necessidade de internação na UTI Neonatal, para a alegria da mãe. “Foi um misto de sentimentos neste momento. Não sabíamos como ele iria nascer, se iria precisar ficar internado, mas confiei e relaxei quando escutei o chorinho dele. Sabia que estava bem e que aquele que gerei e lutei para chegar até aqui nasceu bem”, contou Paola.

A emoção foi compartilhada pela médica. “Poder trazer a vida desse bebê que acompanhei e cuidei dele e da mamãe, e passamos por tudo isso, não tem palavras”, celebrou Carolina Oderich, citada pela assessoria do hospital.

Cuidado humanizado

No período de internamento, Paola recebeu os cuidados de todos os profissionais do setor onde esteve. A equipe de enfermagem, diferente a cada turno, ofereceu até uma cesta de produtos, pois a gestante não conseguiu realizar o chá de bebê.

No caminho até o final feliz, outras pessoas cruzaram com Paola, como a equipe de nutrição, que entregou um cardápio diferenciado para quebrar a rotina de alimentação, e a de limpeza, que diariamente deixava o quarto arrumado e alegrava a paciente com piadas e histórias.

“Não tem como esquecer dessas pessoas. Nos apoiaram dia após dia, a cada intercorrência ofereciam consolo e cuidado, tornaram-se da família”, agradeceu Paola.

Com informações da assessoria do HMCC.

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