Unidades básicas de saúde são o primeiro acesso ao tratamento à doença; veja as orientações.
H2FOZ – Paulo Bogler
A Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu registrou 2.831 notificações de dengue no informe divulgado nessa terça-feira, 8, conforme dados acumulados desde agosto. Na comparação com o boletim da semana passada (1º), quando eram 2.524, houve aumento de 307 casos notificados.
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Em relação às confirmações, houve ligeira queda, de seis casos, após reexame dos números. Foz tinha 188 ocorrências confirmadas de dengue na semana passada, ante 182 que constam do boletim dessa terça.
Em todo o ano de 2020, nove pessoas perderam a vida no município em decorrência da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Uma dessas mortes ocorreu dentro do atual ano epidemiológico, que teve início no último mês de agosto e vigorará até julho do ano que vem.
Alto risco
No final de novembro, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) registrou “alta histórica” no índice de infestação do mosquito transmissor da dengue em Foz do Iguaçu, na sua forma adulta. Em cem armadilhas, os agentes epidemiológicos encontraram cerca de 18 insetos, o que representa índice de 17,6%.
Esse resultado, a partir do recente Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), é o sexto deste ano. Esse estudo coloca a cidade na condição de “alto risco para epidemias e doenças transmitidas pelo Aedes”.
O levantamento, realizado entre os dias 16 e 20 de novembro, abrangeu 4.893 imóveis, com a leitura de 2.598 armadilhas, resultando nos seguintes indicadores:
– aumento da presença de larvas e pupas (formas imaturas) desde o último levantamento do Índice de Infestação Predial (IIP), passando de 0,95% para 2,5%; e
– aumento da infestação de 16,6%, em setembro, para 17,6%, em novembro, do Índice Predial de Armadilhas (IPA), que analisa a forma adulta do vetor.
Primeiro atendimento
De acordo com a prefeitura, as unidades básicas de saúde são o primeiro acesso ao tratamento à dengue. As notificações nesses locais de atendimento são consideradas determinantes para o monitoramento dos casos pelo município.
“Os primeiros sintomas leves da dengue, como dor de cabeça, dor no corpo e febre, devem ser tratados diretamente nas unidades básicas de saúde”, informou a Agência Municipal de Notícias (AMN). Segundo o órgão, só 26% das notificações na rede pública são oriundas dessas unidades.
Na unidade básica de saúde, “o atendimento a casos suspeitos recebe a triagem para que a classificação de risco seja determinante”, completa a AMN. A pessoa recebe o Cartão da Dengue, que registra informações como o estado de saúde do paciente, e orientações para autoavaliação diária.
Os profissionais de saúde, segundo a agência de notícias da prefeitura, estabelecem uma classificação aos pacientes. Os que integram os grupos A e B passam por tratamento controlado pelas unidades; os do C e D apresentam sintomas mais graves e são encaminhados ao pronto-atendimento e ao hospital.
Grupos e suas características (*):
Grupo A
Se o usuário não apresenta nenhuma comorbidade, não tem menos de 2 anos e mais 60, não está com manchas vermelhas pelo corpo e tem a prova do laço negativa.
Grupo B
Se possui um dos sintomas acima. Para ambos os grupos, o tratamento é feito com medicação para dor e hidratação via oral.
Grupo C
Dores abdominais intensas, vômito, alteração de consciência, tontura, fraqueza, desmaio, exame específico hematócrito, com sinais de alarme ou impossibilidade de hidratar-se sozinho.
Grupo D
Sinais de gravidade e hipotensão severa.
* Agência Municipal de Notícias
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