Denominado de Dia do Nunca Mais, integrantes de movimentos sociais e partidos políticos, estudantes, professores e profissionais liberais promoveram ato público em Foz do Iguaçu contra a ditadura. A manifestação foi no centro comercial, nessa sexta-feira, 31, data da deflagração do golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart.
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A iniciativa integrou uma agenda nacional, realizada em diversas cidades do país, para referendar a democracia, por memória histórica e reparação. Os atos denunciam narrativas que pretendem negar ou deturpar o sentido dos processos autoritários e ditatoriais, os quais são acompanhados de violência, retrocessos sociais e ataques às liberdades.
Lideranças se revezaram em falas públicas ao microfone aberto para todos os interessados, no espaço dividido com cartazes e faixas que evidenciavam os tempos de terror praticado pelo Estado. Informativo foi distribuído entre comerciários e pessoas que passavam pela Avenida Brasil, principalmente em direção às compras nas lojas.
Preso, torturado e banido do país pelo regime dos generais, o jornalista Aluízio Palmar, um dos organizadores do ato em Foz do Iguaçu, ressaltou que o objetivo é revisitar a memória coletiva e disputar o significado histórico do golpe civil-militar no do Brasil. Para ele, há setores que tentam transformar o autoritarismo em algo aceitável para a sociedade.
“Vivemos um momento em nosso país que ainda é muito difícil. Temos que denunciar e impedir todos aqueles que defendem torturadores e querem derrubar a democracia”, declarou. “Não podemos retroceder um passo. Ditadura nunca mais”, asseverou o militante social e dos direitos humanos.
Editor do Nosso Tempo, jornal editado em Foz do Iguaçu em contraposição ao regime fardado, Aluízio Palmar lembrou os seis militantes da esquerda assassinados em chacina no Parque Nacional do Iguaçu, em 1974, pelo regime. Cobrou mudanças da nomenclatura de logradouros públicos no município que homenageiam, ainda hoje, representantes da ditadura.
Na avaliação de Aluízio Palmar, o ato público iguaçuense cumpriu os objetivos, tendo sido “plural, onde todos os presentes tiveram a oportunidade de falar”, externou. “Nossas mensagens, faladas ou escritas nos panfletos, despertaram consciências”, pontuou, referindo-se ao diálogo com as pessoas que passaram pela Avenida Brasil durante o movimento e puderam refletir e entender mais sobre esse capítulo da história.
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