Passada a fase mais aguda de redução das atividades econômicas por causa das medidas sanitárias para prevenção ao avanço do novo coronavírus, a Fomento Paraná retoma a oferta de crédito para projetos de investimento, como obras de construção e reformas, compra de máquinas e equipamentos e também projetos de inovação.
A rede de agentes de crédito da instituição, presente em mais de 220 municípios, está orientada a retomar a oferta do microcrédito, principal linha de crédito da empresa, com uma carteira ativa de R$ 102 milhões em recursos liberados para empreendedores informais, MEIs, micro e pequenas empresas de todas as regiões do estado. Os correspondentes, que atuam com operações em valores acima de R$ 20 mil, até R$ 1,5 milhão, também estão sendo orientados a buscar propostas para financiamento de investimento fixo.
“Nos últimos cinco meses nosso foco de atuação esteva voltado a fornecer capital de giro para ajudar os empreendedores a manter os negócios ativos, pagar contas com fornecedores e salários. Liberamos R$ 148 milhões nesse período, pelo programa Paraná Recupera, lançado pelo governador Ratinho Junior”, explica Wellington Dalmaz, diretor de Operações do Setor Público e presidente interino da Fomento Paraná.
“Agora precisamos focar na retomada da economia. Fornecer crédito para investimento é nossa principal vocação como agência de fomento, porque o investimento está ligado a projetos de longo prazo, que movem as cadeias produtivas e induzem a geração de empregos e o incremento da renda”, acrescenta.
NOVOS LIMITES – De acordo com o diretor, a procura por capital de giro ainda deve permanecer alta nos próximos meses, mas a busca de recursos para projetos de investimento já é significativa, a partir da percepção do empresariado de sinais de maior movimentação da economia.
Com as novas perspectivas, a instituição alterou também os limites de valores financiáveis, que desde março estavam restritos a operações de capital de giro de até R$ 200 mil, visando principalmente o pagamento de salários para manutenção de empregos.
“Estamos reabrindo a possibilidade de financiar projetos de investimento de até R$ 1,5 milhão e ampliamos as operações de capital de giro para até R$ 500 mil, nas condições pré-pandemia”, afirma Dalmaz. “As exceções são a linha Fomento Turismo, que permitirá atender projetos de investimento de até R$ 2 milhões, e as linhas de inovação, que recebem recursos da FINEP, que terão limite operacional de até R$ 10 milhões.”
“Estamos reabrindo a possibilidade de financiar projetos de investimento de até R$ 1,5 milhão e ampliamos as operações de capital de giro para até R$ 500 mil, nas condições pré-pandemia.”
Outra novidade que deve estar disponível aos clientes da Fomento Paraná a partir dos próximos dias é o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) no âmbito do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), que vai facilitar a aprovação e reduzir os custos das operações com capital de giro até o limite de R$ 500 mil, na linha BNDES Crédito Pequenas e Médias Empresas.
“Esse é um diferencial importante, pois o uso da garantia do PEAC representaria um custo extra para o empreendedor, de até 5% do valor da operação, e a partir das novas regras definidas pelo BNDES, agora não precisará mais ser desembolsado”, explica Valerio de Assis Souza Silva, coordenador da área de Operações do Setor Privado.
PLATAFORMAS DIGITAIS – Ao longo dos últimos meses a Fomento Paraná acelerou o desenvolvimento e a implantação de melhorias nas plataformas de processamento das propostas de crédito, que agora são apoiadas, em grande parte, em processos digitais.
“Nosso modelo sempre exigiu atendimento presencial, visitas aos empreendimentos e muitas trocas de documentos, inclusive pelo Correio. Mudanças na legislação e o esforço das nossas equipes de desenvolvimento tecnológico, em parceria com a Celepar, em vista das restrições de deslocamento das pessoas, permitiram transformar nosso processo de análise para modelos digitais, de processamento mais rápido e seguro”, afirma Robson Pascoal Pereira, gerente de Tecnologia da Informação da empresa.
O desenvolvimento da plataforma digital permitirá que a instituição, em breve, consiga atender empreendedores de todos os municípios paranaenses, mesmo onde não há parcerias com agentes de crédito atuantes. “Nesse período de pandemia conseguimos atender muitos municípios sem agentes com a linha Paraná Recupera. Agora queremos fazer isso com o microcrédito, que movimenta muitos recursos e funciona muito bem para impulsionar os pequenos negócios, especialmente nas pequenas cidades”, afirma Renato Maçaneiro, diretor de Mercado.
TURISMO – Nos próximos meses a Fomento Paraná vai ampliar a abordagem aos empreendimentos ligados ao turismo, um dos segmentos mais afetados desde o início da pandemia, para ofertar a linha Fomento Turismo.
“Durante a pandemia começamos a operar a linha Fomento Turismo, com recursos do Fungetur (Fundo Geral do Turismo), em parceria com a Abrasel-PR, que representa os bares e restaurantes, mas queremos expandir a oferta para apoiar os diversos tipos de empreendimentos desse segmento estado”, informa Maçaneiro. “E a partir de agora estamos ampliando o limite de crédito nessa linha para atender projetos de investimento de até R$ 2 milhões e de capital de giro de até R$ 500 mil.”
A linha Fomento Turismo é destinada exclusivamente para atender empreendimentos cadastrados no Cadastur, do Ministério do Turismo, nas CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) desse segmento.
PARANÁ RECUPERA – Até segunda-feira (24.08), a Fomento Paraná contabilizou 22.470 empreendimentos atendidos desde 27 de março até a esta segunda-feira (24) pelo programa Paraná Recupera, com a liberação de R$ 148,1 milhões.
Somente pela linha criada para disponibilizar empréstimos de R$ 1,5 mil a R$ 6 mil, voltada especialmente para micro e pequenos, foram concedidas 20.568 operações, que representam mais de R$ 106,4 milhões.
Nesse período a instituição recebeu 51.358 propostas de financiamento, das quais já foram analisadas 45,4 mil. “Infelizmente, em torno de 21.650 não puderam ser atendidas e foram excluídas, embora cada uma delas tenha exigido um tempo de dedicação e análise das nossas equipes”, explica Everton Ribeiro, diretor de operações da Fomento Paraná.
Empreendedores destacam facilidade para concretizar o empréstimo
Entre os atrativos da operação disponibilizada pela Fomento estão a taxa de juros fixa de 0,41% ao mês, sem cobrança de tarifa de concessão de crédito nem Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O comerciante Antônio Fernandes da Silva, de Apucarana, no Vale do Ivaí, destaca também outro ponto, que é a facilidade para a concretização do empréstimo. “Foi super rápido, em três, quatro dias o dinheiro já estava na conta. Peguei R$ 6 mil em três parcelas mensais de R$ 2 mil cada uma, dinheiro que serviu como capital de giro”, conta ele, que há 20 anos vende doces na cidade. “Pago aluguel, água e luz. Se não fosse esse crédito, certamente teria de fechar a loja”, diz.
A operação ajudou a esteticista Simone de Fátima Rocha, também de Apucarana, não só driblar a ausência de clientes em virtude do vírus, mas também a expandir os negócios. Os R$ 6 mil requisitados junto à Fomento Paraná permitiram a ela abrir um spa urbano dentro da clínica de estética. “Consegui ter mais espaço e pude chamar mais gente para trabalhar”, afirma.
DESTAQUE – Apucarana foi um dos municípios que mais se destacaram na concretização de operação de crédito via Paraná Recupera. Números consolidados pela Fomento Paraná até o mês de julho mostram que a cidade formalizou 1.228 contratos, totalizando repasses de R$ 5,7 milhões. Apenas Curitiba, com 1.951 contratos e R$ 9,6 milhões, e Foz do Iguaçu, com 1.592 contratos e R$ 7,9 milhões, tiveram desempenho melhor.
“O Governo do Paraná demonstrou muita preocupação com os pequenos e micro produtores. Aqui em Apucarana montamos um esquema de atendimento para ajudar e facilitar as pessoas a chegarem até a linha de crédito. Praticamente montamos uma agência bancária no saguão da prefeitura”, explica a secretária da Fazenda de Apucarana, Sueli Aparecida de Freitas Pereira.
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