Familiares e amigos de Marcelo Arruda protestam contra prisão domiciliar de Guaranho

Manifesto foi organizado nesse domingo, na Avenida JK, após desembargador relaxar prisão em regime fechado do assassino do guarda municipal

Familiares e amigos do guarda municipal Marcelo Arruda se reuniram, na manhã desse domingo, 16, na Feirinha da JK, para protestar contra a decisão da Justiça que concedeu ao ex-policial penal Jorge Guaranho prisão domiciliar 24 horas após o término do julgamento.

Com faixas e cartazes, eles percorreram a feirinha para chamar atenção da população. Depois de uma espera de mais de três anos, Guaranho foi julgado semana passada e condenado a 20 anos de prisão em regime fechado.

Cerca de 24 horas após o anúncio da sentença no Tribunal do Júri, em Curitiba, feito pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, o desembargador Gamaliel Seme Scaff acatou pedido de habeas corpus da defesa do ex-policial penal, que atuava na Penitenciária de Catanduvas, concedendo-lhe prisão domiciliar adstrita à comarca de Curitiba.

Protesto contra relaxamento prisão
Familiares e amigos de Marcelo fizeram uma concentração na Feirinha da Jk. Foto: Divulgação

A argumentação da defesa foi de que o condenado necessita de tratamento médico por ter ficado com sequelas dos tiros e agressões que sofreu.

Júri mobilizou máquina pública, mas réu voltou para casa

Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda, disse que recebeu a notícia quando ainda retornava de Curitiba, fato que causou indignação e frustração, já que a família luta há anos por justiça.

“Senti vergonha pelo que havíamos vivido naqueles três dias: uma mobilização da máquina pública, que é o Tribunal do Júri, com gasto de dinheiro público para garantir o cumprimento do processo jurídico”, declarou.

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Com faixas e banners, grupo movimento a feirinha neste domingo. Foto: Divulgação

Ela ainda lembrou que o julgamento foi transferido para Curitiba a pedido da defesa de Guaranho, que alegou falta de imparcialidade da sociedade de Foz do Iguaçu.

“E então, com uma simples canetada, o réu – um homicida duplamente qualificado – foi colocado em prisão domiciliar, sob a justificativa de problemas de saúde”, lamentou.

Para Pamela, causa estranheza que, durante os três dias de julgamento em Curitiba, o assassino de seu marido tenha permanecido no local, por mais de 12 horas diárias, sem qualquer intercorrência médica.

Um dos quatro filhos de Arruda, Leonardo Miranda diz que foi realizado um ato por justiça para garantir que a pena de Guaranho seja cumprida em regime fechado. “A sociedade entende que quando você comete um crime desta natureza, matar alguém ainda mais por motivação política e colocar outras pessoas em perigo e você acaba cumprindo essa determinação em casa, não está cumprindo”.

Ele ainda diz que se for preciso um tratamento médico que seja no Complexo Médico Penal de Pinhais e cobra da justiça explicação dos motivos pelo qual o Guaranho não pode receber tratamento lá.

Após ser sentenciado, na quinta-feira, 13, pela prática de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (a divergência política) e por perigo comum (pelo fato de o acusado haver atirado contra a vítima em local com outras pessoas, colocando-as em risco), Guaranho saiu do Tribunal do Júri em um camburão da Polícia Militar e foi levado ao Complexo Médico Penal em Pinhais.

No entanto, ainda na sexta-feira, 14, foi proferida a decisão que permite a ele cumprir a pena em prisão domiciliar na comarca de Curitiba.

Antes do júri, o réu já usava tornozeleira eletrônica e estava preso em casa em Foz do Iguaçu, onde mora com a família.

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1 comentário
  1. Ale Diz

    O desembargador acata um habeas corpus esdrúxulo desses…aí uma pesquisa rápida na internet mostra a tendência política do magistrado…claro que vai ter motivação para protesto mesmo…

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