Ex-policial penal que matou tesoureiro do PT irá a júri dia 11

Júri foi marcado após ser adiado e suspenso em quatro ocasiões, duas delas em 2024; família da vítima pede justiça.

Após ser marcado e suspenso quatro vezes, o júri do ex-policial penal Jorge Guaranho será realizado dia 11 de fevereiro em Curitiba. Réu por homicídio duplamente qualificado, ele é autor dos disparos que tiraram a vida do guarda municipal de Foz do Iguaçu e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em julho de 2022.

Julgamento estava previsto, inicialmente, para o mês de abril. Foto: Divulgação/Dani Neves
Julgamento estava previsto, inicialmente, para o mês de abril. Foto: Divulgação/Dani Neves

A juíza da 1.ª Vara Privativa do Tribunal do Júri, Mychelle Pacheco Cintra Stadler, conduzirá os trabalhos em uma sessão marcada para começar às 10h. 

Viúva de Marcelo Arruda, Pamela Silva espera que a justiça seja feita. “É a quarta vez que o júri é marcado, e temos fé de que finalmente o autor do assassinato do Marcelo vai ser julgado e condenado. O assassino está em casa, em prisão domiciliar. E nós estamos enfrentando toda essa dor.”

A família de Marcelo tem a expectativa de que o réu seja condenado à pena máxima prevista para homicídios duplamente qualificados pelo motivo fútil e perigo comum, além de ser reconhecida como agravante a motivação política do crime.

Julgamento teve sucessivas suspensões

Apesar de o assassinato ter ocorrido em 2022, o júri foi adiado duas vezes, entre 2022 e 2023, e remarcado para 4 de abril de 2024 em Foz do Iguaçu, onde se deu o crime. No entanto, 50 minutos após o início da sessão, os advogados de Guaranho abandonaram o plenário.

A decisão da defesa ocorreu após o juiz Hugo Michelini negar pedido de adiamento da sessão. Os advogados alegaram que uma testemunha não foi localizada para ser intimada, houve tempo menor que o mínimo estabelecido por lei para anexar documentos, entre outras questões.

O júri chegou a ser transferido para 2 de maio, contudo foi suspenso novamente em razão de uma solicitação de mudança de foro, acatada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

A defesa do réu alegou que a repercussão da morte de Arruda em Foz do Iguaçu, além da composição do júri, poderia resultar na perda da objetividade necessária para que os jurados analisem o caso de forma imparcial.

Guaranho foi exonerado do cargo em março de 2023, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, após tramitação de um processo administrativo disciplinar. Na época do crime, ele era servidor da Penitenciária Federal de Catanduvas.

Festa de aniversário

Arruda foi assassinado em 9 de julho de 2022, quando comemorava 50 anos em uma festa de aniversário que tinha como tema o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, partido ao qual era filiado.

marcelo arruda

A comemoração foi realizada na sede da Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física Itaipu (ARESF).

Guaranho estava em um churrasco nas imediações e teve acesso a um vídeo que mostrava a festa nas instalações da ARESF.  Acompanhado da esposa e do filho, um bebê, ele chegou de carro ao local gritando “mito”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Houve um princípio de discussão e, na sequência, ele retornou sozinho, invadiu a festa e começou a atirar, atingindo Marcelo, que estava com amigos e família. A data do assassinato, 9 de julho, foi instituída como Dia de Luta contra a Intolerância Política nos calendários oficiais do estado do Paraná e do Distrito Federal.

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