Escola de prisão no Paraguai vira cela VIP para brasileiros, que pagam “aluguel”

Denúncia feita por uma emissora de televisão gerou uma investigação por parte do Ministério da Justiça.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Uma escola dentro da Penitenciária Regional de Concepción, a 400 km de Assunção, utilizada para alfabetização de detentos, foi adaptada para ser uma cela VIP a dois presos brasileiros “com grandes recursos econômicos”, como diz a denúncia da emissora Telefuturo.

O jornal Última Hora repercutiu a notícia, informando que o Ministério da Justiça vai investigar o caso e apurar se regalias semelhantes existem tambem em outras prisões do país.

No caso de Concepción, os brasileiros Édgar Rivarola, vulgo Mau, e Warlasi Silva, ambos supostos integrantes do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), pagaram o equivalente a R$ 8 mil para ter direito a todas as comodidades, mais um “aluguel” de R$ 400 por mês.

“É um esquema que se utiliza nas prisões do país”, disse o repórter da Telefuturo, Justiniano Rivero, durante a reportagem.

A escola virou cela especial devido a uma decisão do diretor da prisão, Antonio Amarilla, que assumiu o cargo há apenas três meses. O argumento foi de que as aulas de alfabetização não estão ocorrendo devido à pandemia de covid-19.

A decisão do Ministério da Justiça do Paraguai, de investigar a denúncia, foi anunciada dias depois de ser abortado um plano de fuga da penitenciária de Concepción.

Na segunda-feira, 24, agentes penitenciários perceberam que haviam sido cortadas as barras de ferro das janelas de um pavilhão que abriga presos que fariam parte do crime organizado. Numa das celas foram encontrados explosivos, pólvora e cordas.

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