H2FOZ – Paulo Bogler
Candidatos que apostam nos chamados grandes eleitores – nomes populares na política nacional e estadual – para vencer as eleições não gostarão do que fala o cientista político Lucas Mesquita. Igualmente, sua análise será rejeitada por quem defende o pleito municipal como divisor ideológico e programático no contexto político brasileiro.
Assista à entrevista:
Professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Lucas Mesquita avalia que a polarização existente no país não será decisória na hora do voto nas cidades. Ele foi entrevistado no programa Marco Zero, produção do H2FOZ e Rádio Clube FM.
O Marco Zero é um programa conjunto produzido pelo H2FOZ e Rádio Clube FM. Entrevista, opinião, enquete, entretenimento, esporte, cultura e agenda. Todo sábado, das 10h às 12h. Participe do grupo no Whatsapp para receber as novidades. https://bit.ly/3ws5NT0
Neste ano, devido à pandemia, o eleitor iguaçuense irá às urnas no dia 15 de novembro para escolher, em um só turno, prefeito, vice-prefeito e 15 vereadores. Na avaliação do cientista político, esse eleitorado decidirá com base principalmente nas necessidades e reivindicações pontuais e diretamente ligadas à localidade.
“Em cidades do porte de Foz do Iguaçu, as disputas estão mais relacionadas a grupos políticos e sociais, e não necessariamente refletem dinâmicas da lógica partidária nacional”, afirma Lucas. “Claro, haverá candidato que tentará trazer os temas nacionais para o debate local. Tenho dúvida se isso será um elemento definidor de voto”, frisa.
Para o docente, que vive na cidade há quase dez anos, não apenas as demandas do município são diferentes, como também são diversas as clivagens políticas, que ultrapassam o dualismo entre esquerda e direita, por exemplo. O cientista político acredita que o debate será nacionalizado nas eleições de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Mesmo sem crer na municipalização das pautas políticas e dos confrontos ideológicos do país, Lucas Mesquita deixa uma advertência para reflexão: “Teremos uma eleição muito específica, por uma série de fatores, como a polarização política e o impacto da pandemia”, aponta o professor da Unila.
Em sua análise, cabe ainda o entendimento de que os setores situados nas extremidades das forças partidárias de direita e esquerda deverão apostar na ideologização das eleições municipais. Nesse campo, “poderá ter candidatos buscando diálogo ou identificação ideológica com o nacional. Já no meio desse espectro, é muito mais provável que outras clivagens definam das coligações e programas”, ressalta Lucas.
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