Data de reabertura das fronteiras será definida esta semana, diz presidente do Paraguai

Mario Abdo Benítez, em discurso, afirmou que já está conversando com o presidente Jair Bolsonaro para definir a data.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Já há ameaças de novas manifestações pela reabertura da Ponte da Amizade, em Ciudad del Este. Os empresários vão esperar até quarta-feira, 30, por uma resposta do governo.

“Se não houver resposta, na quinta ou sexta começaremos uma nova manifestação, inclusive de maior amplitude”, disse o secretário da Câmara de Indústria e Comércio de Alto Paraná, Iván Araldi, conforme o jornal Hoy.

Mas, na inauguração de trechos viários no departamento de Guairá, na manhã desta segunda-feira, 28, o presidente Mario Abdo Benítez garantiu, em discurso, que esta semana será definida a data de reabertura das fronteiras de Ciudad del Este, Salto del Guairá e Pedro Juan Caballero.

“Estamos conversando com o presidente Bolsonaro e esta semana teremos a data de abertura das fronteiras com o Brasil”, disse o presidente, conforme a agência de notícias do governo. Ele apelou aos moradores dessas cidades fronteriças para que se cuidem de modo a que não disparem os casos de covid-19 durante a reabertura comercial.

Da parte do presidente Jair Bolsonaro, o presidente paraguaio vai encontrar disposição para o acordo. Em rede social, Bolsonaro respondeu a um internauta dizendo que já determinou a abertura.

Protocolos sanitários

Além do “ok” de ambos os presidentes, ainda falta definir um protocolo que seja aprovado pelas várias áreas responsáveis dos dois países.

Ainda não se sabe, por exemplo, quem poderá atravessar a fronteira – se apenas os residentes nessas cidades fronteiriças ou se a abertura será geral -, nem como será feito o controle de entrada nos dois lados, da documentação às exigências sanitárias.

Uma coisa é certa: os comerciantes e moradores de Ciudad del Este não aceitam mais que aconteça como o decreto de abertura da Ponte da Amizade, anunciado pelo governo do Paraguai durante um dia de grande mobilização, antes de acertar os detalhes com o Brasil.

“Agora vai ser difícil que venha alguém anunciar qualquer coisa ou pôr panos frios, como fizeram na terça-feira passada”, disse Iván Araldi. Na sexta-feira, quando saiu a portaria ministerial do Brasil prorrogando o fechamento das fronteiras, foi um “baldaço de água fria”, afirmou.

Pandemia

No discurso do presidente Mario Abdo Benítez, ele afirmou que os índices de contágios e de mortes por covid-19, no Paraguai, são inferiores na comparação com os demais países da região. Em porcentagem, acrescentou.

Ele atribui os números relativamente baixos de casos e de mortes à ação inicial do governo.

“Nos países que não adotaram medidas drásticas no começo (da pandemia), houve impacto não só na vida, mas também na economia. Seguramente que cometemos erros, como toda obra humana, mas algo foi bem feito, porque em economia estamos melhor que toda a região e os resultados de nossas políticas sanitárias também”, disse Mario Abdo Benítez.

Comparações

O Paraguai fechou o domingo com 38.684 casos e 803 mortes. O índice de letalidade (porcentagem de mortes em relação ao número de infectados) é de 2,07%, enquanto o do Brasil é de 3,01% e o da Argentina é de 2,2%. Em Foz do Iguaçu, é de 1,42%.

Esses números dão uma ideia ainda melhor da situação no Paraguai. O país tem 552,6 casos confirmados a cada 100 mil habitantes.

No Brasil, são 2.197 casos por 100 mil habitantes. No Paraná, 1.501. E Foz do Iguaçu, em situação de risco, tem o índice de 2.772 casos a cada 100 mil habitantes.

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