H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
O Brasil continua com números altos em casos confirmados e mortes, mas permanece a tendência de queda no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, as duas curvas – a de mortes e de casos – caíram mais de 10%.
O Paraná é um dos estados em que a média móvel diminuiu em valores expressivos. Em Foz do Iguaçu, a curva não aplainou ainda.
O Paraguai vê a situação melhorar em Alto Paraná, onde fica Ciudad del Este – o que favorece a reabertura da Ponte da Amizade -, mas em outros departamentos ainda não há alterações positivas.
Já a Argentina subiu mais um ponto no ranking internacional de mortes. A preocupação, lá, é com o aumento dos casos e mortes nas províncias, já que na grande Buenos Aires o número vem reduzindo.
Comparativo de aumento de mortes em 15 dias
Este é um comparativo interessante. Do dia 4 ao dia 18, qual de nossas regiões analisadas teve maior aumento percentual de mortes?
Pela ordem, como se vê abaixo, o Paraguai teve o maior índice de mortes no período desses 15 dias, seguido da Argentina, Foz do Iguaçu e Paraná. O Brasil saiu-se melhor.
Foz do Iguaçu | Paraná | Brasil | Paraguai | Argentina |
Dia 4 – 68 mortes | Dia 4: 3.5050 | Dia 4: 125.584 | Dia 4: 398 | Dia 4: 9.623 |
Dia 18 – 86 | Dia 18: 4.024 | Dia 18: 135.857 | Dia 18: 611 | Dia 18: 12.705 |
Aumento: 26,4% | Aumento 14,8% | Aumento 8,2% | Aumento 53,5% | Aumento 32% |
Foz segue em estado de risco
Em Foz do Iguaçu, o informe de sexta-feira contabilizava 6.428 casos da doença, dos quais 6.030 recuperados (índice elevado, de 93,81%).
Havia 101 pacientes internados, dos quais 79 são moradores de Foz confirmados para covid-19 e o restante são casos em análise ou moradores de outros municípios.
O número de mortes subiu para 86.
Foz do Iguaçu tem uma incidência de casos que a colocam em estado de risco. São 2.510 a cada 100 mil habitantes, superior à média paranaense – 1.370/100 mil – e maior até que a média brasileira (2.067 por 100 mil).
Foz é também a cidade que mais contribui para que a 9ª Regional de Saúde esteja na situação mais grave no Paraná, em casos. Já em mortes, a situação, na comparação com outras regionais, é menos preocupante.
Veja os quadros da Secretaria de Estado de Saúde, com a situação das regionais de Saúde em casos e em mortes:
A concentração mais alta de casos em Foz, atualmente, é na Vila C, onde a Prefeitura já fez uma intervenção.
A letalidade (mortes em relação aos casos) é de 1,34% em Foz, inferior à média paranaense (2,51%) e à brasileira (3,15%).
É preciso considerar também como preocupante esta queda nos níveis de anticorpos entre a população de Foz. Veja no link:
Levantamento mostra queda nos níveis de anticorpos contra a covid-19 na população de Foz do Iguaçu
Média móvel de casos e mortes no Paraná está em queda
No último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, divulgado na sexta-feira, o Paraná somava 160.228 casos e 4.024 mortes. E, ainda, havia 114.358 recuperados, que representam 71,4% do total.
A boa notícia é a queda na média móvel em 7 dias. No dia 18, a média móvel de casos diários foi de 1.594, decréscimo de 12,1% em relação há 14 dias; em mortes, a média móvel de 7 dias é 24 (no dia 17), queda de 33,5% na comparação com 14 dias atrás.
O boletim relata que havia 1.078 pacientes com diagnóstico confirmado internados nesta sexta-feira. São 895 pacientes em leitos SUS (433 em UTI e 462 em enfermaria) e 183 em leitos da rede particular (76 em UTI e 107 em enfermaria).
Há outros 1.057 pacientes internados, 474 em leitos UTI e 610 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo vírus Sars-CoV-2.
No Brasil, pela 1ª vez, queda de dois dígitos em mortes e casos
O Brasil fechou a sexta-feira com 4.497.434 casos, dos quais 3.789.139 recuperados (índice de 84,2%), e 135.857 mortes.
O Ministério de Saúde informou que os casos de covid-19 caíram 30% na semana epidemiológica 37 (que compreende o intervalo de 6 a 12 de setembro). Já as mortes registraram diminuição de 13% no mesmo intervalo.
Foi a primeira vez que as duas curvas, de casos e de mortes, apresentaram uma redução acima de 10% juntas desde o início da pandemia.
Veja os quadros com as curvas de mortes e casos, segundo o Ministério da Saúde:
No mapa epidemiológico, também pela primeira vez o boletim não trouxe nenhum Estado com aumento nos casos. Do total, 24 estados tiveram redução, sendo as mais expressivas em Santa Catarina (-79%) e Pernambuco (-43%). Permaneceram estáveis Piauí, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
No mapa de mortes, cinco estados apresentaram acréscimos nas taxas, sendo as maiores em Pernambuco (48%) e Minas Gerais (12%). Um Estado ficou estabilizado (Rio Grande do Sul) e 21 tiveram queda em seus índices, sendo as mais intensas as do Amazonas (-77%) e Pará (-49%).
Paraguai bate novamente o recorde de mortes num só dia
Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este, deixou de ser a maior preocupação das autoridades de saúde do Paraguai, já que houve queda no número de casos e de mortes.
Mas, no país como um todo, as cifras continuam a assustar. O Paraguai encerrou a sexta-feira com 27 mortes, o maior índice diário desde o início da pandemia. O total passou para 611.
Os casos, agora, somam 32.127, com 16.921 recuperados (índice de recuperação é de apenas 52,6%).
Há ainda 618 pacientes internados, dos quais 143 em UTI. O número de internados tinha caído um pouco, nos últimos dias, mas voltou a subir.
Argentina volta a subir no ranking de mortes
A grande Buenos Aires teve uma redução no crescimento de casos e mortes, mas eles aumentam muito nas províncias, segundo a agência Télam.
Agora, a Argentina tem 613.658 infectadas pelo novo coronavírus. As mortes subiram para 12.705.
No ranking internacional, a Argentina permanece em 10º lugar em casos, à frente de França, Chile e Reino Unido.
Até a semana passada, estava em 15º lugar em mortes, atrás do Chile, mas agora subiu para o 14º lugar.
A letalidade argentina (mortes por número de casos) é de 2,1%, mais baixa que a paranaense e brasileira, mas ligeiramente acima do índice registrado no Paraguai, de 1,9% (o índice paraguaio já foi inferior a 1%, até julho).
No mundo, a volta do vírus à Europa
Já se fala em “segunda onda” do novo coronavírus em países europeus, que em junho atingiram os menores índices da pandemia. Em setembro, no entanto, os casos voltaram a acender o sinal vermelho, como mostra o quadro acima, preparado pela BBC.
No Reino Unido, por exemplo, o número de casos diários atingiu o nível mais alto desde meados de maio.
Na França, houve o registro de 10.593 casos na quinta-feira, 17, o maior desde o inicio da pandemia.
Mas o ranking da covid-19, no painel on line da universidade americana Johns Hopkins, ainda não reflete esses números ou alterações na ordem dos países que estão nos primeiros lugares.
Em casos e mortes, a lista é encabeçada pelos Estados Unidos; ele é seguido pela Índia, em casos, e pelo Brasil, em mortes. A Índia é o 3º em mortes, e avança rapidamente (já soma 85.619).
Cinco países latinos, incluindo o Brasil, estão entre os 10 com mais casos (Peru, Colômbia, México e Argentina completam a lista).
Na lista dos que têm mais mortes, além do Brasil, os latinos que aparecem são o México (em 4º lugar) e o Peru, em 7º.
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