H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
Em apenas 24 horas, de domingo para segunda-feira, 10, o país registrou sete mortes, número recorde desde o início da pandemia, além de mais 324 casos confirmados.
Os números no Paraguai assustam a classe médica do país, que vê “descontrole” e falta de condições de atendimento.
O Colégio Medico Cirúrgico do Paraguai divulgou nota dizendo que o aumento dos casos de covid-19 “está levando o sistema de saúde ao limite do colapso”, informa o Última Hora.
Multiplicam-se os internamentos em enfermaria e em leitos de terapia intensiva, o que está fazendo com que “numerosos compatriotas estejam perdendo a vida”.
O problema é que falta tudo: há “escassez de testes, escassez de medicamentos, escassez de equipamentos de proteção, corrupção impune”, diz a nota divulgada pelos médicos.
Eles apelam ao povo para que não deixe de se cuidar, já que a corrupção e a carência não devem ser uma desculpa.
Esses cuidados devem ser em respeito “aos que padecem a terrível carga econômica, aos que vivem dos sopões de caridade, esquecidos pelo Estado corrupto, aos que se sacrificam a cada dia tratando de sustentar seu empreendimento respeitando as medidas sanitárias, aos que se reinventaram para subsistir”, reforça o documento.
O Colégio Médico Cirúrgico lembra, ainda, que as fases da quarentena inteligente não são fiscalizadas por ninguém e impera o descontrole, pondo tudo em risco.
No comunicado ao público, os médicos também lembram que os profissionais de saúde são muito afetados ela covid-19. Em Alto Paraná, segundo a nota, há quatro médicos internados em UTI e outros 60 profissionais de saúde estão com o vírus.
Casos e mortes
O informe do Ministério de Saúde Pública do Paraguai, divulgado na segunda-feira (10) à tarde, indica o novo recorde diário de mortes desde que começou a pandemia. Com o registro das 8 mortes, o total agora é 82.
O número de casos também se intensifica. Foram 327 novos contágios, segundo maior número da pandemia, que aumentam para 7.234 o total no país.
Agora, há 87 pessoas internadas, das quais 34 em unidades de terapia intensiva. Os casos ativos são 1.876 e há 5.276 recuerados.
No ranking dos países
Os casos registrados no Paraguai já são cinco vezes superiores aos 1.364 do Uruguai e já superam os casos em Cuba (3.046), que antes estava bem à frente.
O número de mortes também fez o Paraguai subir no ranking, aproximando-se das 88 registradas em Cuba.
Relaxamento
Os departamentos Central e Alto Paraná (cuja capital é Ciudad del Este) continuam como os epicentros da pandemia no Paraguai.
A proliferação do vírus, na capital e em várias localidades, é provocada principalmente pelo relaxamento nas medidas de segurança sanitária, por isso o ministro do Interior, Euclides Acevedo, adiantou que os controles serão mais rigorosos nos finais de semana, nas vias públicas de cidades onde se registraram abusos.
O controle será intensificado nas avenidas costaneras de Assunção e Encarnación, em San Bernardino e em Ciudad del Este.
No último final de semana, centenas de pessoas se aglomeraram em diferentes cidades turísticas, como Areguá e San Bernardino, o que gerou ainda mais preocupação das autoridades de saúde, que já preveem um agosto com números bem superiores as de julho, em mortes e casos.
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