Ambientalista denuncia degradação de cachoeira em Foz

O ambientalista Francisco Barreto Amarilla denuncia crime cometido contra a natureza em Foz do Iguaçu

H2FOZ – Alexandre Palmar
Fotos: Francisco Amarilla  e Marcos Labanca

O ambientalista Francisco Barreto Amarilla denuncia crime cometido contra a natureza em Foz do Iguaçu. Trata-se da degradação da cachoeira de Três Quedas, no Rio Mimbi, nome de origem guarani que significa Rio Brilhante.

Indignado, ele denunciou o crime após visitar o lugar, localizado na altura do Jardim Panorama, durante mais uma de suas pernadas pelas cachoeiras secretas da cidade. “Fui lá no dia 14 de junho e vi algo cruel e imperdoável. Fiquei chocado com que presenciei. Lamentável”, criticou.

Segundo ele, o rio formava um lagozinho e depois descia em três pequenos saltos. Mas teriam usado uma máquina para demolir a parede do barranco e abrir uma valeta onde antes existia a queda maior da cachoeira. “Com isso canalizou toda água na valeta, ou seja, num curso só do leito”, explicou.

O H2FOZ foi até o local e fez uma foto do mesmo ângulo de uma foto feita pelo próprio ambientalista em 2014. Apesar do mato, é possível perceber a diferença de quatro anos atrás para agora. 

Vale frisar que o lugar abriga um canteiro de obras perto da antiga cachoeira. Para ser mais exato, a menos de dez metros da Avenida Felipe Wandscheer é possível encontrar materiais como areia e pedra britada.

Amarilla lembra que a cachoeira foi retratada em seu livro As belezas escondidas de Foz do Iguaçu. O Rio Mimbi tem nascente no bairro São Luís e corre sentido leste-oeste. O leito margeia a Estrada Velha de Guarapuava, passa pelos bairros Dom Pedro II e Jardim Panorama e desemboca no Rio M'Boicy.

O que diz a prefeitura – O Portal H2FOZ entrou em contato com a secretária municipal de Meio Ambiente, Angela Meira, para saber a posição da prefeitura em relação à denúncia do ambientalista Francisco Amarilla. Ela designou o diretor do Departamento de Serviços Urbanos, José Augusto Carlessi, para avaliar a situação in loco.

Após vistoria no local, a reportagem recebeu o seguinte parecer: “Em fiscalização no dia 18/6/19 para verificar denúncia de que houve a descaracterização de uma cachoeira do Rio Mimbi por ação antrópica, os fiscais da SMMA constataram que o motivo mais provável para a mudança no leito do rio haver acontecido foi ocasionada pela própria dinâmica das águas nas épocas de grandes chuvas nos últimos quatro anos (espaço de tempo decorrido entre os dois registros fotográficos no local)”.
 

COMO ERA EM 2014
COM ESTÁ EM 2018
Areia e pedra britada evidenciam canteiro de obras – Foto: Marcos Labanca

 

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