Altos e baixos da covid-19 em Foz, no Paraná, no Brasil e nos países vizinhos

Um balanço do comportamento da pandemia, que ainda precisamos conhecer mais para aprender a conviver longo tempo com ela.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

O que mais preocupa em Foz? É que os números da covid-19 permanecem elevados, com incidência superior ao índice brasileiro. No entanto, o que se vê ainda é uma relativa despreocupação de grande parte das pessoas, que se aglomeram, não respeitam os protocolos sanitários e seguem expandindo a pandemia.

Como consequência, mais internamentos e mortes. Felizmente para a cidade, a letalidade, aqui, é mais baixa até do que no Paraguai. Mas vale lembrar: quanto mais casos acumulados, mesmo com letalidade baixa, mais óbitos serão registrados.

No Paraguai, a pandemia atingiu seu pico; na Argentina, se espalha pelas províncias. E no Brasil quase dá pra comemorar quando se diz que estão morrendo, por dia, menos de 1.000 pessoas. O Paraná contribui com esses dados, já em patamar mais alto no ranking brasileiro.

Incidência em Foz é bem superior à média brasileira

Foz do Iguaçu fechou a sexta-feira, 26, com 6.937 casos, número que indica estabilidade (mas num patamar alto).

Desse total, 6.480 são recuperados (índice excelente, de 93,41%). Há 273 pessoas em isolamento domiciliar e 87 internados. O número de mortes subiu para 96.

A ocupação de leitos de UTI é de 68%, enquanto na enfermaria é de 70,31%. São índices que não trazem grande preocupação.

A letalidade (o índice de mortes em relação ao total de casos) é de 1,38%, enquanto a letalidade no Paraná é de 2,51% e no Brasil de 3,01%.

O que preocupa, em Foz, é a incidência da doença. A cidade registra 2.709 casos por 100 mil habitantes, maior que o índice brasileiro (2.165) e bem superior ao paranaense (1.471 por 100 mil). Com isso, Foz está na cor laranja, que significa uma faixa de risco.

No “mapa do calor” da Vigilância Sanitária de Foz, vê-se que a região Norte é a de maior risco, em especial no Porto Belo.

Paraná sobe no ranking de casos e mortes

A Secretaria de Estado da Saúde, em seu informe diário, confirmou mais 1.403 casos e 40 mortes por covid-19, na sexta-feira, 25.

O Paraná soma 170.118 casos e 4.275 mortes em decorrência da doença.

Havia 1.094 pacientes internados com diagnóstico confirmado de covid-19, dos quais 892 em leitos SUS (450 em UTI e 442 em leitos clínicos/enfermaria) e 202 em leitos da rede particular (89 em UTI e 113 em leitos clínicos/enfermaria).

Há outros 857 pacientes internados, 373 em leitos UTI e 484 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos da doença.

Pouco a pouco, o Paraná avançou no ranking brasileiro de casos (11º) e de mortes (10º). Em 1º lugar, disparado na frente, está o Estado de São Paulo, com 964.921 casos e 34.877 mortes.

Se fosse um país, São Paulo seria o 4º no ranking mundial, em casos, e o 7º em óbitos por covid-19. Já o Paraná seria o 26º em casos e o 33º em mortes.

O Paraná avança no ranking brasileiro. Quadro da Agência Brasil

Brasil reduz média diária de mortes para menos de mil

Os números no Brasil são sempre assustadores. No último informe, de sexta-feira, houve 31.911 novos casos confirmados de covid-19 e mais 729 mortes. Mesmo assim, a média de mortes, nesta semana, se manteve abaixo dos mil óbitos diários das semanas anteriores, segundo a Agência Brasil.

O total de casos, no Brasil, subiu para 4.689.613, e o de mortes para 139.808. No ranking mundial, o Brasil permanece em 3º, em casos (atrás de Estados Unidos e Índia) e 2º, em mortes (atrás dos Estados Unidos).

Segundo o Ministério de Saúde, estão sendo investigadas 2.430 mortes como suspeitas de serem em decorrência da covid-19.

Há 508.127 pacientes  em acompanhamento e o número de recuperados chega a 4.040.949, o que representa 86,2% do total de infectados. É um bom índice de recuperação.  

Os estados com mais morte são São Paulo (34.877), Rio de Janeiro (18.166), Ceará (8.891), Pernambuco (8.129) e Minas Gerais (7.056).

Os estados com menos óbitos são Roraima (637), Acre (654), Amapá (699), Tocantins (910) e Mato Grosso do Sul (1.234).

Paraguai chegou ao pico, diz Ministério de Saúde Pública

Para Mazzoleni, números permanecerão elevados por mais algumas semanas, antes de baixaremn. Foto Ministério de Saúde

Até sexta-feira, 25, o Paraguai contabilizava 37.226 casos e 761 mortes. Os recuperados somam 21.117, número que representa 56,7% do total de casos. O índice de recuperação no Paraguai melhorou nas últimas semanas (era de 52,6% na semana passada e de 50,1% na anterior).

O país tem 684 pessoas internadas, das quais 165 estão em unidades de terapia intensiva.

O ministro de Saúde Pública, Julio Mazzoleni, afirmou que o Paraguai está atravessando a etapa mais crítica desde a chegada da pandemia, mas que os números indicam estabilização.

Ele prevê que os números vão continuar altos por várias semanas, “mas o importante é que não aumentem e, depois, vão baixando”, disse.

O Paraguai já foi o país com menos casos e mortes na América Latina. Agora, em casos, superou Uruguai, Nicarágua e Cuba. Em mortes, passou à frente da Venezuela, Nicarágua, Cuba e Uruguai.

O Uruguai, por sinal, registra o menor número de mortes da região. São 47 óbitos, abaixo da Guiana, que agora soma 71 e passou ao 2º lugar.

Argentina sobe mais uma vez no ranking mundial

Na Argentina, maior preocupação é com as províncias, onde casos e mortes estão crescendo muito. Foto Agência Télam

A Argentina, em uma semana, avançou mais um nível no ranking mundial de casos de covid-19. Passou a África do Sul e está agora em 9º lugar, com 691.235 contagiados.

Em mortes, pode também ter subido para o 9º lugar. O número oficial de óbitos é de 15.208, mas a agência de notícias Télam, do governo argentino, informou que a província de Buenos Aires atualizou seus números e, com isso, seriam incorporados ao sistema nacional mais 3.459 mortes.

O total passa, portanto, a 18.667, superior ao número da África do Sul. A Argentina passa do 14º para o 13º lugar no ranking mundial, de acordo com o painel on line da universidade americana Johns Hopkins.

A maior preocupação das autoridades de saúde da Argentina é com o aumento rápido de casos e mortes nas províncias, que estariam em situação semelhante à que aconteceu, lá no início, em países como a Itália e a Espanha. Na capital e na província de Buenos Aires os números estão estabilizando.

A letalidade na Argentina é de 2,2%, mais baixa que no Paraná e que a média brasileira, mas superior à paraguaia (2,04%).

A incidência da doença é de 1.495 pessoas infectadas a cada 100 mil habitantes, índice ligeiramente superior ao paranaense (1.471), mas bem mais baixo que o brasileiro (2.165).

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