Quem for pegar a estrada neste final de ano precisará preparar o bolso para pagar pedágio mais caro. A partir desta sexta-feira, 18, o preço da tarifa na praça de São Miguel do Iguaçu será R$ 17; em Céu Azul, R$ 12,90; e nos demais postos da Ecocataratas na BR-277, em Cascavel, Laranjeiras do Sul e Candói, R$ 14, para automóveis pequenos.
O valor da tarifa terá acréscimo de 30% porque os preços cobrados voltarão aos patamares anteriores em razão de uma redução praticada em 2019.
O valor do pedágio foi reduzido em 30% no dia 1º de outubro do ano passado, após um acordo de leniência feito pela empresa e acompanhado pelo Ministério Público. Durante o período, foram descontados da Ecocataratas R$ 120 milhões referentes à compensação tarifária mais a variação da taxa Selic. A empresa administra um trecho de 387,1 quilômetros da BR-277, entre Foz do Iguaçu e Guarapuava.
O acordo é um desdobramento da Operação Integração, na qual foram investigadas as concessões de pedágio no estado. A Concessionária Ecocataratas, empresa do Grupo EcoRodovias, reconheceu que pagou propina para obter benefícios a partir de mudanças contratuais.
O atual governo sinalizou a disposição de encerrar os atuais contratos de pedágio selados com cinco empresas, que vencem em novembro de 2021, e abrir novas licitações para os trechos do Anel de Integração, criado no governo Jaime Lerner.
Duplicação
Não é apenas o alto valor do pedágio no estado que incomoda motoristas. O fato de a maior parte das rodovias do Anel de Integração não ser duplicada gera indignação na população. A região de Foz do Iguaçu espera, há décadas, a duplicação total do trecho Foz do Iguaçu-Cascavel, onde o movimento de veículos é grande pelo fato de a 277 ser via de escoamento de cargas de países do Mercosul.
O movimento na rodovia implica constantes acidentes e lentidão do tráfego, em muitos trechos. A rodovia corta o Paraná de Leste e Oeste, totalizando 726 quilômetros, dos quais apenas 228 são em pista dupla. Na região de Foz do Iguaçu, o trecho a ser duplicado é de 53 quilômetros e fica entre Matelândia e Santa Tereza do Oeste.
Inúmeras iniciativas vêm surgindo nos últimos anos para reivindicar a duplicação, incluindo movimentos de associações comerciais e em redes sociais.
No Instagram duplicabr277ja, moradores da região pedem a atenção do governo para a necessidade de duplicar a rodovia e criticam os contratos feitos anteriormente. “Esses contratos são uma vergonha para a história do Estado do Paraná”, sinaliza uma das postagens.
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