Muitos reconhecem Foz do Iguaçu como o “Destino do Mundo”. Esse slogan, amplamente utilizado na promoção turística da cidade, vai além da presença de visitantes. Dados divulgados na segunda edição do Encontro Internacional de Poliglotas, realizado recentemente em Puerto Iguazú, na Argentina, comprovam o multiculturalismo da região trinacional e de Foz em particular.
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Com base em fontes como o Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra), o 1.º Relatório Yglota de Nacionalidades e Etnias da Região Trinacional revela que Foz registrou, entre 2010 e 2022, a entrada de cerca de 15 mil imigrantes (14.574), representando 95 nacionalidades.
Essa lista é liderada por paraguaios (7.254), venezuelanos (1.668) e argentinos (1.224). O documento destaca também a presença de 1.080 libaneses, número que pode até parecer pequeno para a segunda maior colônia árabe do Brasil, com cerca de 15 mil pessoas. A explicação é que grande parte do grupo é formada por descendentes de segunda, terceira e até quarta geração.
Foz do Iguaçu: destino do mundo
Entre 2010 e 2022, cidade registrou a entrada de mais de 15 mil imigrantes. Confira a lista por nacionalidade:
Paraguai – 7254
Fonte: SisMigra/Receita Federal
Venezuela – 1668
Argentina – 1224
Líbano – 1080
Colombia – 720
Peru – 343
Haiti – 217
Síria – 214
Chile – 166
Bolívia – 165
Uruguai – 159
China – 156
Equador – 156
Cuba – 136
Bangladesh – 88
Índia – 52
México – 46
Itália – 44
El Salvador – 43
Moçambique – 43
Espanha – 42
Portugal – 37
Arábia Saudita – 30
Estados Unidos – 28
Coréia do Sul – 25
Honduras – 24
República Dominicana – 23
Alemanha – 22
França – 22
Costa Rica – 20
Angola – 17
Canadá – 16
Jordânia – 16
Panamá – 16
Paquistão – 15
Egito – 14
Africa do sul – 13
Emirados Árabes Unidos – 13
Estado da Palestina – 13
Iraque – 13
Reino Unido – 13
Rússia – 13
Nicarágua – 12
Guatemala – 10
Marrocos – 10
Kuwait – 8
Afeganistão – 7
Senegal – 6
Turquia – 6
Ucrânia – 6
Japão – 5
Catar – 4
Irã – 4
Romênia – 4
Austrália – 3
Austria – 3
Bélgica – 3
Dinamarca – 3
Guiné Bissau – 3
Iêmen – 3
Noruega – 3
Pôlonia – 3
Sérvia – 3
Suécia – 3
Suíça – 3
Congo – 2
Filipinas – 2
Guiné Equatorial – 2
Holanda – 2
Nigéria – 2
Tailândia – 2
Albania – 1
Argélia – 1
Armênia – 1
Aruba – 1
Belize – 1
Benin – 1
Butão – 1
Cabo Verde – 1
Costa do Marfim – 1
Hungria – 1
Ilhas Maurício – 1
Indonésia – 1
Irlanda – 1
Letonia – 1
Libéria – 1
Líbia – 1
Montenegro – 1
Nepal – 1
Nova Zelândia – 1
Rep. Tcheca – 1
São Tomé e Príncipe – 1
Serra Leoa – 1
Somália – 1
Tunísia – 1
Otto Mendonça, presidente do Instituto Yglota, cuja missão é a integração dos povos por meio de idiomas, explica que a elaboração do relatório atende a uma demanda identificada na primeira edição do Encontro de Poliglotas, no ano passado, em Foz do Iguaçu (a próxima edição, em 2024, ocorrerá em Ciudad del Este). Um dos objetivos do grupo é mapear a quantidade de nacionalidades e etnias presentes em Foz.
“Estamos abertos à colaboração de autoridades e entidades interessadas em valorizar e transformar a diversidade em um atrativo cultural. Precisamos de espaços permanentes para promover o que é nosso e que nos confere vantagem competitiva em termos turísticos”, ressalta Mendonça.
Unila e Tríplice Fronteira
Fundada em 2010, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) é um reflexo especial dessa multiculturalidade. O relatório menciona que a universidade tem 1.056 ex-alunos de 38 nacionalidades. Além disso, entre 2019 e 2023, a instituição registrou a presença de 282 estudantes indígenas de vários países, como Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guatemala, Honduras e Chile.
E essa marcante presença de nacionalidades estrangeiras transcende as fronteiras. O documento enfatiza a forte presença da comunidade chinesa tanto em Foz do Iguaçu quanto em Ciudad del Este (Paraguai). No lado argentino, na província de Misiones, a cidade de Oberá sediou, em setembro deste ano, a 43.ª edição da tradicional Fiesta Nacional del Inmigrante, com representações de 20 países. A ação pode servir como estímulo para Foz do Iguaçu celebrar a diversidade cultural e linguística do lado brasileiro da fronteira.
O relatório do Instituto Yglota também aponta que 60% da população da região tem o espanhol como língua materna, deixando clara a força desse idioma e a necessidade de promover seu uso e aprendizado para o efetivo intercâmbio comercial e intercultural da região trinacional.
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