Você confia na meteorologia? Veja quando acreditar e quando desconfiar

Chove nesta segunda, 30, em Foz do Iguaçu. No entanto, um serviço de meteorologia diz que probabilidade de chuva é de 0%.

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Parece incrível! Já choveu. Mas o site de meteorologia Simepar, que geralmente tem bons índices de acerto, coloca na previsão para esta segunda-feira, 30, probabilidade de 0% de ocorrência de chuvas. No entanto, ontem, domingo, havia previsto, acertadamente, chuva pra esta segunda-feira.

Ou o Simepar não tem equipamentos para acompanhar a variação do tempo em Foz ou não tem ninguém aqui sequer para pôr a mão para fora da janela.

Os outros quatro que apostavam em chuva nesta segunda mantiveram-se firmes: CPTEC/Inpe, Inmet, Climatempo e AccuWeather.

Página do Simepar. Previsão pra hoje foi alterada. E acabou errada.

Com base na unanimidade (que incluía o Simepar), no domingo o H2FOZ divulgou esta matéria: Semana começa com chuva, em Foz do Iguaçu. Pode ter até temporais

Na mosca. Aliás, choveu no domingo, também. Mas, coisa bem típica de chuvas desta época, em alguns pontos da cidade não caiu nenhuma gota. Em outras, despencou uma tromba d´água.

E os próximos dias? Eis a questão: não há unanimidade. Aliás, disparidade grande. Dois sites, o Simepar e o Inmet, estão prevendo tempo claro, com sol o dia todo, pra esta terça-feira, primeiro dia de dezembro. Temperatura máxima de 37 graus, diz o Inmet; de 33 graus, reduz um pouco o Simepar.

Mas por que, então, os outros três têm previsão diferente? Para o CPTEC/Inpe, nesta terça haverá “possibilidade de pancadas de chuva”, com máxima de 35 graus.

O AccuWeather fala em “tempestade intensa”, com máxima de 32 graus; e o Climatempo, “sol com algumas nuvens. Chove rápido durante o dia”. Máxima de 33 graus.

Dá pra perdoar as máximas diferentes. Mesmo porque não é tão grande assim essa diferença. E todos indicam que fará muito calor. Mas entre tempo claro e “tempestade intensa” há um grande salto.

Conclusão 1: É impossível saber o que vai acontecer amanhã em Foz do Iguaçu. Tirando o calor, que este virá firme e forte, pode acontecer qualquer coisa: chover ou fazer sol, chuva rápida ou tempestade intensa.

Quarta e quinta

E pros demais dias da semana? Que tem chuva pela frente, é também unanimidade das previsões. Mas vamos ver uma a uma, pra ver se “colam”.

Na quarta-feira, 2, todos dizem que chove. Uma chuva razoável (11,2 mm), segundo o Simepar; pancadas de chuva, pro CPTEC/Inpe; “algumas tempestades”, diz o AccuWeather; chuva rápida durante o dia e à noite, de acordo com o Climatempo; “pancadas de chuva com trovoadas isoladas”, pro Inmet.

E é mais ou menos a mesma coisa pra quinta-feira, 3. Todos preveem chuva, em condições um pouco variadas, de pancadas de chuva isoladas (Inmet) a “tempestade em partes da região” (AccuWeather). Como este último serviço põe para todos os dias possibilidade de tempestades, e a previsão é traduzida do inglês, pode ser que seja um problema da versão. Vamos conferir:

Pra quarta, “a morning thunderstorm or two” (uma ou duas tempestades pela manhã, o que não é especificado na tradução em português).

Pra quinta, “a morning t-storm; cloudy” (uma tempestade matinal; nublado. Também um pouco diferente da previsão em português. Mas estão lá, todos os dias, “tempestade”.

Conclusão 2: chove na quarta e na quinta-feira. Com unanimidade não se brinca!

RESERVATÓRIO DE ITAIPU

Já aprovado pelo Conselho de Administração da usina, o reservatório de Itaipu poderá ser rebaixado até a cota de 216 metros acima do nível do mar (as cotas normais variam entre 219 e 220,20 metros acima do nível do mar).

O rebaixamento (os técnicos de Itaipu chamam de deplecionamento) pode ser evitado se as chuvas forem mais generosas, em dezembro. E é com esta possibilidade que trabalha o setor de Hidrologia da usina.

No ano 2000, um dos mais críticos para a usina, na questão hidrológica, Itaipu rebaixou o reservatório em mais de quatro metros, para evitar simplesmente um colapso do setor elétrico, afetado por contínuos apagões, devido à estiagem prolongada.

De lá pra cá, a dependência das hidrelétricas diminuiu, com a entrada em operação de térmicas e eólicas, mas ainda assim a atuação de Itaipu é fundamental para o setor, porque ela responde por 11% da energia consumida no Brasil (e 90% do Paraguai).

Reservatório de Itaipu recebe a chuva de domingo, 29. Crédito das fotos nesta página: Gabriel Elias Santos, Izidoro e Gabriel Campos Neto. Estilização: Patrícia Iunovich.
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