H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
Cerca de 70% das pessoas que morrem por covid-19 se automedicaram e, quando chegam aos hospitais do Paraguai, estão com sintomas graves e vão direto pras UTIs.
Ante as primeiras suspeitas de ter contraído o novo coronavírus, elas se “polimedicaram”, isto é, tomaram uma série de remédios por conta própria, informou o diretor de Vigilância da Saúde do Paraguai, Guillermo Sequera, segundo reportagem do ABC Color.
Sequera falou sobre o alto número de automedicados que morrem para explicar o risco de utilizar “kits covid”, que proliferam à venda no país, principalmente em Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este.
Os mortos por covid-19 em Alto Paraná, principalmente, “já chegaram em situação crítica depois de se polimedicar”, disse o especialista.
Esses pacientes, antes de entrar na UTI, “passaram um mês tomando ivermectina e hidroxicloroquina”, afirmou o diretor de Vigilância da Saúde. Quando a doença se agravou e procuraram ajuda médica era tarde demais.
Essas pessoas acreditaram nas redes sociais e até em autoridades, como o governador de Alto Paraná, Roberto González Vaesken. O governador incentiva o uso de ivermectina, que ele tomou quando contraiu a covid-19.
Parasita intestinal
A agência de notícias IP, do governo paraguaio, esclareceu que a ivermectina é usada nos hospitais que tratam covid-19 para evitar a hiperinfestação por um parasita endêmico no país, o Strongyloides stercoralis, que provoca parasitose intestinal.
Essa parasitose acomete crianças e adultos de qualquer idade e pode ser perigosa em pessoas imunodeprimidas, como as portadoras de covid-19.
“A ivermectina não é utilizada como tratamento de covid-19, mas faz parte do tratamento de pessoas internadas – e em doses específicas, estabelecidas em documentos do Ministério da Saúde”, explica a Vigilância da Saúde do Paraguai.
A única forma de evitar o contágio do vírus é utiizar máscaras, lavar sempre as mãos com água e sabão e evitar aglomerações, mantendo distanciamento físico.
Mesmo com esses cuidados, se houver sintomas ou quadros que possam representar futuras complicações, deve-se procurar ajuda hospitalar.
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