Vice-presidente do Paraguai renuncia ao cargo após sanções dos EUA

Considerado “significativamente corrupto”, Hugo Velázquez está proibido de entrar nos Estados Unidos.

Considerado “significativamente corrupto”, Hugo Velázquez está proibido de entrar nos Estados Unidos.

Vice-presidente do Paraguai e pré-candidato governista à presidência nas eleições de abril de 2023, o ex-promotor Hugo Velázquez comunicou, nesta sexta-feira (12), que irá renunciar ao cargo e à pré-candidatura. O motivo é a inclusão de seu nome em uma lista, emitida pelo governo dos Estados Unidos, de pessoas “significativamente corruptas”.

Com a inserção, Velázquez e familiares, como a esposa e procuradora licenciada, Lourdes Samaniego, estão proibidos de entrar em território estadunidense ou de movimentar dinheiro e outros bens que tenham no país. As sanções incluem Juan Carlos Duarte, diretor-jurídico da hidrelétrica binacional de Yacyretá (Paraguai–Argentina).

Logo após o anúncio feito por Marc Ostfield, embaixador dos Estados Unidos no Paraguai, Velázquez concedeu entrevista à rádio Monumental AM, na qual informou sua decisão de deixar a vida pública. “Caiu como um balde de água fria. Desconheço as acusações, mas, por meu discurso contra a corrupção, tenho de ser coerente”, afirmou.

“Quero sair e me defender dessa injustiça como um cidadão comum. Foi muito volátil a denúncia de um suposto suborno, nem sei se existe processo penal. Não tenho ideia da acusação, mas falo com a tranquilidade que minha conduta me dá. Estou falando de consciência limpa”, reforçou Velázquez.

A denúncia analisada pelo Departamento de Estado dos EUA para a inclusão do nome do vice-presidente paraguaio na Lista Engel tem como base um suposto suborno no valor de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões), com o objetivo de obstruir uma investigação.

Antes de entrar para a política, Velázquez e o outro inserido na lista, Juan Carlos Duarte, trabalharam como promotores do Ministério Público do Paraguai em Ciudad del Este. À época, de acordo com o jornal Última Hora, atuaram em causas como a do empresário Kassem Hijazi, recentemente extraditado a pedido da Justiça de Nova York.

O Última Hora cita também fotografias de 2016, nas quais o então deputado governista Velázquez aparece em um iate, no Líbano, em companhia de um empresário acusado de financiar a atuação de grupos radicais no Oriente Médio.

No último dia 22, o ex-presidente Horacio Cartes e familiares próximos foram incluídos na Lista Engel, o que gerou um verdadeiro terremoto político no país. Na ocasião, lideranças ligadas a Cartes acusaram o atual presidente, Mario Abdo Benítez, de tentar influir na disputa interna do Partido Colorado, favorecendo a pré-candidatura de Hugo Velázquez.

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