Tragédia familiar gera comoção e protestos no Paraguai

Mulher de 34 anos e seus dois filhos, de 3 e de 5 anos, desapareceram nas águas do Rio Monday, em Presidente Franco.

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Uma tragédia está comovendo os moradores do lado paraguaio da fronteira e gerando protestos contra familiares das vítimas, em meio a acusações de que uma disputa por patrimônio poderia ter sido o estopim dos acontecimentos.

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Na manhã da última quinta-feira (9), a escrivã Carmen B.R.D., de 34 anos, e seus dois filhos, um menino de 5 anos e uma menina de 3, foram reportados como desaparecidos. O carro de Carmen foi encontrado no alto de uma ponte sobre o Rio Monday, entre os municípios fronteiriços de Presidente Franco e Los Cedrales.

De imediato, socorristas iniciaram buscas nas águas do Monday, afluente do Rio Paraná. O corpo da mulher foi localizado no sábado (11), no Paranazão, a cerca de 80 quilômetros do local do desaparecimento. Já o menino foi resgatado no domingo (12), sem vida. As buscas pelo corpo da menina continuam.

Conforme a imprensa paraguaia, Carmen teria deixado uma carta citando a intenção de tirar a própria vida e responsabilizando familiares, como a ex-sogra e ex-cunhados, de persegui-la implacavelmente e de tentar afastá-la de sua casa e de seus filhos. O marido, pai das duas crianças, faleceu em 2021, vitimado pela covid-19.

O caso tem ocupado as principais manchetes da imprensa de Ciudad del Este e região, gerando a mobilização de cidadãos. Na noite de sábado, populares fizeram uma vigília em frente à casa onde Carmen vivia, para rezar pela mulher e pelos filhos. A residência da ex-sogra, por sua vez, foi alvo de protestos.

No domingo, uma caravana organizada de forma espontânea percorreu algumas das principais avenidas de Ciudad del Este e Presidente Franco, para pedir que as autoridades investiguem as denúncias de que Carmen vinha sofrendo ameaças.

Segundo o jornal ABC Color, o Ministério Público do Paraguai abriu processo para apurar os relatos e convocou, para esta segunda-feira (13), a ex-sogra e os ex-cunhados para prestar esclarecimento na Unidade Especializada em Violência Familiar.

A ex-sogra, que foi a única a dar declarações à imprensa, nega as acusações e afirma estar sofrendo pelo desaparecimento dos netos. Antes de que os corpos da ex-nora e de uma das crianças fossem encontrados, ela disse crer que Carmen e os netos continuavam com vida e teriam saído do país.

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