Três pessoas foram detidas nesta terça-feira, 8, em Ciudad del Este, suspeitas de participar de um esquema de tráfico de mulheres para a Espanha.
A ação da Polícia Nacional e do Ministério Público foi consequência de duas recentes prisões na Espanha, onde o esquema foi revelado pelas vítimas.
A polícia de León, na Espanha, prendeu um espanhol e uma paraguaia num prostíbulo, de onde foram resgatadas quatro paraguaias.
Essas mulheres relataram que foram levadas à Espanha por uma quadrilha com sede em Ciudad del Este.
DESDE 2010
Segundo o Ministério Público, as vítimas contaram que foram atraídas a viajar à Espanha com falsas promessas de trabalho.
Já na Europa, eram obrigadas a se prostituir para pagar a viagem, custeada pelo dono do local noturno.
De acordo com a polícia espanhola, o esquema funcionava pelo menos desde 2010.
OPERAÇÃO JARDIM
Denominada Operação Jardim, a ação do Ministério Público em Ciudad del Este, com apoio da Polícia Nacional, fez buscas simultâneas em seis locais.
A promotora María Isabel Arnold encabeçou a operação, que teve participação ainda das promotoras Carina Sánchez, Claudia Morys e Nathalia Acevedo, além da diretora técnica, Magdalena Quiñónez.
Nas buscas, foram encontradas evidências que confirmam a existência de uma quadrilha de tráfico internacional de pessoas.
IRMÃS NO TRÁFICO
Entre as três pessoas detidas em Ciudad del Este, está Eva Garcia, irmã de Nilsa Garcia, presa e processada na Espanha por esse crime.
O jornal Última Hora detalha que as vítimas eram obrigadas a pagar o custo da viagem, de aproximadamente 1.500 euros (cerca de R$ 9.200).
Na Espanha, houve detenções nas províncias de Cuenca e Alicante. Entre os detidos, há espanhóis, paraguaios e romenos, segundo a polícia espanhola.
DESAPARECIDAS
A emissora paraguaia Telesur noticiou que, até maio deste ano, a Divisão de Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas do Paraguai recebeu 187 denúncias de desaparecimentos de mulheres.
Deste total, 66 foram localizadas, mas ainda é desconhecido o paradeiro das outras 121.
O diretor da divisão, comissário Walter Vázquez, disse que, na maioria dos casos, os desaparecimentos são de mulheres menores de idade.
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