Tomate contrabandeado domina mercado no Paraguai, denunciam produtores

Produto levado ilegalmente do Brasil e da Argentina estaria sendo vendido, inclusive, no comércio formal.

Produto levado ilegalmente do Brasil e da Argentina estaria sendo vendido inclusive no comércio formal.

A crise no setor tomateiro não é novidade no Paraguai, mas voltou às páginas do noticiário nesta semana. Agricultores ligados ao Conselho Nacional de Produtores Hortifrutigranjeiros denunciaram que o tomate contrabandeado do Brasil e da Argentina estaria sendo vendido até mesmo nos grandes supermercados do país.

Em declarações reproduzidas pelo jornal La Nación, Abel Brítez, presidente do conselho, acusou o Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes (Senave), responsável pela fiscalização, de fazer vista grossa para a “legalização” de produtos que chegam ao Paraguai de forma clandestina.

“Estamos com uma saturação de produtos ilegais. Temos certeza que até os supermercados estão comprando produtos ilegais, com documentos adulterados”, afirmou Brítez, alegando que tomates contrabandeados estariam sendo misturados com produtos nacionais para “esquentar” os carregamentos. “Não existe excesso de produção local.”

A queixa maior dos agricultores é que o custo de produção do tomate no Paraguai gira em torno de G$ 3.000 (R$ 2,31) a G$ 4.000 (R$ 3,08) por quilo. O preço de venda do tomate nacional ao consumidor, por sua vez, chega a ser três vezes mais alto, fazendo com que o produto contrabandeado ganhe espaço.

Protesto

Para segunda-feira (19), está prevista uma manifestação em frente à sede do Ministério da Agricultura e Pecuária, em Assunção, para cobrar melhorias na fiscalização. Já a Câmara Paraguaia de Supermercados (Capasu), que também reclama da concorrência do comércio informal, nega que esteja comprando produtos ilegais.

“Imagine se vamos estar arriscando o pescoço porque supostamente estão comprando tomate de contrabando. Não vamos nos arriscar por uma situação assim”, afirmou Alberto Sborovsky, presidente da Capasu, citado pelo La Nación. “Se não houver segurança jurídica, podemos até parar de vender tomates.”

O dirigente chamou a atenção para o crescimento das frutarias de beira de estrada. “Elas estão crescendo de uma maneira impressionante nas rodovias PY01 e PY02. Algumas que começaram com um lugarzinho pequeno cresceram muito. Aquilo que para nós custa G$ 7.000 (R$ 5,39), eles conseguem por G$ 2.000 (R$ 1,54)”, argumentou.

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1 comentário
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