O Ministério de Minas e Energia do Brasil anunciou, no último dia 19, que a tarifa da energia produzida por Itaipu Binacional será reduzida em 38,9% para 2023, na comparação com o valor de US$ 20,75 (R$ 110) por quilowatt/mês (kW/mês) pactuado para 2022. Dessa maneira, o preço cairia para US$ 12,67 (R$ 67,15).
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Tal informação, contudo, foi alvo de questionamentos no Paraguai, proprietário de metade da hidrelétrica. Na manhã desta sexta-feira (23), o diretor-geral paraguaio de Itaipu, Manuel María Cáceres, concedeu entrevista coletiva na sede da entidade, em Assunção, para esclarecer sobre a posição do país.
“Quero deixar bem claro que Itaipu ainda não tem tarifa para 2023. As discussões estão acontecendo no nível técnico. A tarifa é estabelecida de forma negociada e consensual. Temos uma administração que está saindo do governo brasileiro e vamos continuar as negociações com o governo que vai entrar”, afirmou Cáceres.
Segundo o diretor, a disposição inicial do governo paraguaio é de manter o valor cobrado nos atuais US$ 20,75, de forma a garantir os investimentos previstos para 2023 em áreas auxiliares atendidas pela entidade, como obras de infraestrutura e ações sociais.
“Itaipu tem compromissos de contribuir para o desenvolvimento nacional, não só para a produção de energia. Daí está o respaldo do Paraguai em manter a tarifa em US$ 20,75”, pontuou Cáceres. “Somos otimistas de conseguir fechar rapidamente a negociação com o novo governo brasileiro.”
De acordo com a atual administração federal brasileira, “a nova tarifa reflete a redução do serviço da dívida da usina e do Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (CUSE). Em 2019, a dívida de Itaipu era de 2,07 bilhões de dólares e cairá para 277,3 milhões de dólares em 2023. Assim, a tarifa, que em 2019 era de US$ 22,60/kW, passará para US$ 12,67, o que representa uma redução de mais de R$ 9 bilhões na conta paga pelos consumidores da energia gerada pela usina”.
Ainda conforme o Ministério de Minas e Energia, “a redução da tarifa não compromete a operação, manutenção e modernização da hidrelétrica e nem os investimentos socioambientais realizados por Itaipu. Em 2023, os investimentos em obras estruturantes e com a preservação do meio ambiente serão da ordem de R$ 415 milhões”.
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