Escassez é um dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem afetando estoques de trigo e óleos vegetais.
Percebeu que os preços de produtos como óleo de girassol, óleo de soja e farinha de trigo dispararam desde o final de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia? Embora distante, o conflito mexeu com a oferta de cereais e oleaginosas, fazendo com que mesmo grandes produtores, como Brasil e Argentina, registrem falhas no abastecimento.
Nesta quarta-feira (4), o jornal El Territorio publicou matéria mostrando que mercados da província de Misiones, onde fica Puerto Iguazú, estão limitando a quantidade por cliente, devido à dificuldade de reposição dos estoques.
No caso das garrafas de óleos de soja, milho ou girassol, o máximo em muitos estabelecimentos é de três unidades por grupo familiar, além de “cotas” que variam de três a dez quilos de farinha de trigo. “Tal situação vem sendo observada desde março e se acentuou ainda mais nas últimas semanas”, escreveu o jornal.
Assim como o Brasil, a Argentina é uma das grandes produtoras mundiais de óleos vegetais e cereais. A escassez regional ocorre, entre outros fatores, pelo aumento da procura no mercado mundial, uma vez que a cadeia de distribuição dos produtos russos e ucranianos foi interrompida pelo conflito.
A publicação destaca, ainda, a existência de problemas internos. “Outra das razões é o subsídio aos preços, pago pelo governo nacional. Muitas vezes, os fabricantes precisam aguardar o desembolso dos subsídios para poder vender pelo preço estipulado. Enquanto o dinheiro não entra, os produtos não saem à venda”, complementou o El Territorio.
Prazos de entrega, que antes eram de sete dias, agora são de no mínimo duas semanas. A previsão, segundo o jornal, é que o problema continue “pelo menos até o final do ano”, afetando também as indústrias que dependem dos insumos e elevando a pressão sobre os preços da cesta básica.
Conforme estimativas do mercado financeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), no mês de abril, foi superior a 5,5% na Argentina. Em março, o registro oficial fechou em 6,7%. A inflação interanual (o acumulado dos últimos 12 meses) está na faixa dos 55%.
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