Entidade que reúne os principais supermercadistas do país, a Câmara Paraguaia de Supermercados (Capasu) emitiu, na sexta-feira (2), nota na qual cobra das autoridades mais empenho no combate ao contrabando. Segundo os empresários, a entrada irregular de produtos brasileiros e argentinos distorce o setor e gera concorrência desleal.
Diariamente, toneladas de itens como legumes, verduras, frutas, ovos e carnes, além de mercadorias como arroz, açúcar, farinha de trigo, azeite, óleos e vinhos, atravessam ilegalmente as fronteiras em locais como Ciudad del Este, Encarnación e cidades vizinhas à capital Assunção, como Nanawa e Puerto Falcón.
Em Foz do Iguaçu, por exemplo, a clientela paraguaia representa parcela importante das vendas de distribuidores e atacadistas. Parte dos produtos ingressa no país vizinho via esquemas de “contrabando formiguinha”, operados pelos paseros, com reiteradas denúncias de cumplicidade de autoridades sanitárias e aduaneiras.
“Exigimos uma luta mais enérgica e sancionadora contra as atividades ilícitas”, escrevem os dirigentes da Capasu, lamentando a impunidade. “Na última sessão do Senado, pudemos comprovar, através de vídeos, a relação flagrante e sem pudor que existe entre as atividades ilícitas e as dependências governamentais fronteiriças.”
“No combate a esse delito, o que rege é a lei da impunidade. A indiferença e a cumplicidade das autoridades possibilitaram que os produtos do hortifrúti nacionais apodreçam e não possam ser vendidos, devido à concorrência desleal que significa o contrabando”, refere um dos trechos da nota.
“A cumplicidade entre os contrabandistas e as autoridades responsáveis pisoteia os princípios do Estado Social de Direito. A falta de recursos tributários para a saúde, educação e pagamentos aos fornecedores transformou nosso país em um mendigo da cooperação estrangeira. O manto político que protege o contrabando faz com que não tenhamos merenda ou material escolar para todos os alunos”, aponta o comunicado.
Nos últimos dias, instituições como a Direção Nacional das Aduanas (DNA), Polícia Nacional, Marinha do Paraguai e Unidade Interinstitucional de Prevenção e Perseguição ao Contrabando (UIP) intensificaram as ações de controle na fronteira com a Argentina. Tal trabalho, entretanto, é visto como insuficiente pelos dirigentes da Capasu.
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