Só em abril, covid-19 matou 23 enfermeiras e 15 médicos, no Paraguai

O total de mortes, em geral, deve subir para 100 por dia, prognostica a Vigilância da Saúde do Paraguai.

Sem conseguir ainda imunizar todo o pessoal que atua na área da saúde, o Paraguai contabiliza, só em abril, a morte de 23 enfermeiras e 15 médicos. Desde o início da pandemia, morreram 55 enfermeiras e 49 médicos, informa o jornal Última Hora.

Na sexta-feira, 23, houve novo recorde no número de contágios no país, que chegou a 2.752 casos, e também no de internamentos: há 3.026 pessoas internadas com covid-19, das quais 525 estão em unidades de terapia intensiva.

Houve ainda o registro de 82 mortes. O total subiu para 5.715. E a tendência é de os óbitos aumentarem nos próximos dias.

O diretor de Vigilância da Saúde do Paraguai, Guillermo Sequera, disse em entrevista coletiva que os óbitos deverão aumentar para 100 por dia, devido ao aumento crescente de casos. O Departamento Central concentra 70% de todos os casos do país. Assunção também está com números elevados, mas estáveis, segundo ele.

“Temos uma segunda onda muito marcada pelo ingresso da nova variante, que é muito mais contagiosa”, explicou. Ele se referia à variante brasileira do novo coronavírus.

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Enquanto o Paraguai se debate para comprar vacinas, a doença continua a atingir fortemente o pessoal da área de saúde.

Abril foi o mês mais fatal. Só no dia 6 cinco médicos perderam a vida. O mesmo número de enfermeiros morreu no dia 15 deste mesmo mês.

A Associação Paraguaia de Enfermaria informou que atualmente há cerca de 30% do pessoal com quadro positivo de coronavírus, e que 39 estão internadas em estado grave, em unidades de terapia intensiva e intermediária, em todo o país.

O setor de saúde, segundo as duas de enfermeiras e de médicos, precisa contratar muito mais pessoal para atender todas as necessidades. Seriam necessárias mais 674 profissionais de enfermagem e 2 mil médicos.

A enfermeira, de 33 anos, ficou uma semana internada. Foto Última Hora

A última vítima da covid-19 foi uma enfermeira de Santa Rita. Rossana Sanguinez, de 33 anos, ficou internada mais de uma semana na UTI do Hospital Integrado Respiratório de Ciudad del Este e morreu na quinta-feira, 22.

Rossana era colega de trabalho, em uma clínica privada, do radiologista Derlis Barreto, morto pela covid no dia 10 de abril, depois de três dias internado no mesmo hospital de Ciudad del Este. Rossana era também funcionária do centro de saúde de Santa Rita.

VACINAS

Índia doou 200 mil doses, para vender 1 milhão. Foto Agência IP

O Paraguai – como outros países – tem pressa em comprar vacinas. Mas até agora foram entregues muito poucas doses. Até agora, apenas 86.305 paraguaios receberam uma ou duas doses de vacinas, doadas pelo Chile, Índia e Emirados Árabes Unidos.

Mas a situação pode mudar a partir de meados de maio, com a chegada de 200 mil do 1 milhão de doses que o Paraguai comprou da vacina Sinophan, produzida nos Emirados Árabes Unidos.

Este domingo, chega mais um lote de 100 mil imunizantes da Índia, que já havia doado 100 mil doses de Covaxin e pretende vender também 1 milhão ao Paraguai.

Os Emirados Árabes Unidos também vão enviar 400 mil doses da vacina Moderna. A carga já saiu do país e está armazenada em Bruxelas, enquanto é ajustado o contrato de doação com o laboratório.

O Paraguai já pagou por 1 milhão de doses à Rússia, de vacinas Sputnik V, e por 4 milhões de doses do Mecanismo Covax.

Mas tudo está vindo aos poucos e com muito atraso.

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