Refém há dois anos, ex-vice-presidente do Paraguai pode ter morrido no cativeiro

Governo averigua denúncia de que Oscar Denis teria sido enterrado em uma comunidade indígena na fronteira.

Reviravolta nas investigações do sequestro do ex-vice-presidente do Paraguai Oscar Denis, raptado por guerrilheiros do Exército do Povo Paraguaio (EPP) em setembro de 2020. Uma nova versão, difundida nessa segunda-feira (31), dá conta de que Denis, de 76 anos, teria morrido no cativeiro e sido enterrado em uma comunidade indígena.

Ana Dina Coronel, ex-coordenadora do setor penitenciário do Paraguai, convocou entrevista coletiva para relatar que obteve, cinco meses atrás, informações fidedignas de que o político não teria resistido às condições de vida nas áreas de mata onde o EPP atua e falecido nas proximidades da aldeia Mbokaja’i, em Pedro Juan Caballero.

Segundo a mesma fonte, que prestou depoimento ao Ministério Público nesta terça-feira (1.º) para formalizar o relato, outro refém do EPP, o pecuarista Félix Urbieta, sequestrado em 2016, também estaria morto. Em data e local indefinidos, Urbieta teria escapado dos captores e pulado em um rio, falecendo afogado em meio à correnteza.

Tão logo obteve os dados, Coronel afirmou ter feito o repasse aos superiores, que não teriam dado andamento ao processo de verificação. A respeito, Federico González, ministro do Interior, declarou nessa segunda-feira que, apesar da inexistência de evidências, novas varreduras serão realizadas no local apontado pela ex-coordenadora.

Familiares de Oscar Denis solicitaram acesso às investigações conduzidas pelo Ministério Público, pois desconheciam a versão de Ana Dina Coronel. Por sua vez, a família de Félix Urbieta indicou conhecer rumores de que o pecuarista teria se afogado no Rio Aquidabán, mas sem fatos concretos até o momento.

Vice-presidente entre os anos de 2012 e 2013, Oscar Denis foi raptado em 9 de setembro de 2020 por homens armados que invadiram a Estância Tranquerita, de sua propriedade, no município de Yby Yaú, departamento (estado) de Concepción. Desde então, os sequestradores fizeram apenas um contato, sem qualquer prova de vida.

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