Todos os anos, no dia 1.º de agosto, moradores do Paraguai e de províncias do Nordeste da Argentina bebem o carrulim, bebida cujo nome e receita misturam caña (CA), arruda (RRU) e limão (LIM).
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Conforme a tradição, que tem raízes na cultura guarani, consumir até sete goles do preparo ajuda a proteger contra o mau agouro e contra as dificuldades do mês de agosto, período associado por povos nativos a dificuldades na agricultura.
¿Sabías que en el 2019 el Carrulim fue declarado patrimonio cultural inmaterial del Paraguay? 🇵🇾✨ pic.twitter.com/My31DDGF1C
— SENATUR (@Senatur_Py) August 1, 2024
Em Ciudad del Este, é fácil encontrar garrafas de carrulim nas bancas das yuyeras (mulheres que vendem ervas medicinais), a preços populares, que variam conforme o tamanho da dose. Em algumas lojas, a bebida é oferecida como cortesia para os clientes.
O preparo é simples, mas o modo mais tradicional exige antecedência, para que os ingredientes possam misturar suas propriedades. Caso você não tenha feito o carrulim antes da data, não se preocupe: também é possível bebê-lo “fresco”, feito na hora.
Para 50ml de carrulim (lembre-se de não exagerar), pegue uma dose de caña blanca (a conhecida cachaça de cana-de-açúcar), pelo menos um limão e um folhas de arruda batidas com o pilão.
A quantidade de limão e de arruda pode variar conforme a preferência de quem prepara. Extraia o suco do limão (ou coloque-o em rodelas na bebida), insira a arruda e deixe pegar o gosto. Há quem coloque mel e outros aditivos para turbinar a receita.
Quando for dar seus goles no carrulim, mentalize pensamentos e sentimentos positivos, que são parte importante do processo de superar os desafios do cotidiano.
E o carrulim funciona? Cientificamente, não há qualquer evidência. Mas o fato de seguir uma tradição (e criar conexões com pessoas que fazem o mesmo) pode gerar laços e auxiliar, sim, no processo de fortalecimento dos vínculos de uma comunidade.
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