H2FOZ – Denise Paro
A economia fronteiriça voltou a se fortalecer com a reabertura da Ponte da Amizade. Com a passagem livre há pouco mais de um mês, a via que liga Foz do Iguaçu e Ciudad del Este mostra ser vital para o turismo e o comércio da região.
Nas cidades vizinhas, os efeitos da reabertura da ponte na movimentação comercial são visíveis. Na Vila Portes, bairro situado próximo da fronteira com o Paraguai, o panorama já mudou. Comerciante local e proprietário da loja Descontão, Mohamed Ismail diz que o clima nas ruas é outro.
No setor de confecções, em que trabalha, o aumento das vendas ainda é tímido, cerca de 10 a 15%. Esse percentual representa 50% do volume de vendas de 2019, porém a tendência é que melhore. “Já foi sinalizado que não tem como ficar com as fronteiras fechadas”, afirma.
A Vila Portes viu de volta consumidores paraguaios e brasileiros, alguns que dependem justamente da movimentação na ponte para sobreviver, incluindo ambulantes e mototaxistas.
Hotéis da Vila Portes
Não são apenas os comerciantes que comemoram. Na Vila Portes, a rede hoteleira está com a casa quase cheia. O Hotel Portinari, que costuma receber turistas que gostam de fazer compras no Paraguai, registrou aumento de 80% na ocupação logo após a liberação do trânsito na Ponte da Amizade.
Os hóspedes, informa o responsável pelo setor de reservas, Victor Duarte, são turistas que compram perfumes, cosméticos e objetos pessoais no Paraguai. Uma pequena parte é formada pelos sacoleiros, que também estão de volta. O estabelecimento ficou fechado por sete meses e, apesar de ter sido reaberto no final de setembro, tinha a ocupação bem aquém da capacidade, ou seja, cerca de cinco a dez hóspedes.
No Paraguai, o ânimo também é parecido
No Shopping Paris, um dos maiores de Ciudad del Este, os efeitos da reabertura da ponte foram sentidos já na primeira semana, surpreendendo porque era esperada uma retomada mais tímida, conta a gerente de marketing do estabelecimento, Camila Ferreira. Apesar do bom movimento, de início o volume de vendas não foi o esperado em razão da alta do dólar. No entanto, após a eleição nos Estados Unidos e a pequena queda no valor da moeda norte-americana, as vendas aqueceram e o movimento nos feriados foi bom, confirma Camila.
Com uma média de 80 a 100 lojas, incluindo o Shopping China, bastante frequentado por brasileiros, o Shopping Paris ficou fechado por sete meses e, ao contrário de outras lojas de Ciudad del Este, não reabriu quando o governo do Paraguai permitiu o funcionamento do comércio para os consumidores que vivem no país.
Os comerciantes de Ciudad del Este agora apostam fichas no Natal, já que neste ano não deve haver a tradicional Black Friday em razão da pandemia.
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