O consumo de carne bovina caiu ao índice mais baixo dos últimos 30 anos na Argentina, em meio à perda do poder aquisitivo das famílias. É o que aponta um levantamento feito pela Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da Argentina (CICCRA).
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A Argentina é um dos países mais carnívoros do mundo, com preferência pela proteína bovina. A média anual por habitante costuma ultrapassar os cem quilos, como resultado da gastronomia focada em pratos como bifes e asados.
O levantamento da CICCRA, contudo, aponta que, nos cinco primeiros meses de 2024, os argentinos consumiram, em média, 44 quilos de carne, redução de 15,9% na comparação com o mesmo período de 2023 e menor resultado da série histórica de três décadas.
A entidade indica que a queda no consumo ocorreu mesmo com o cenário de que muitos dos cortes de carne subiram de preço em ritmo inferior ao da inflação. Em maio, por exemplo, a inflação da carne foi de 2,4%, contra 4,8% do grupo Alimentos e Bebidas.
No interanual (acumulado dos últimos 12 meses), opções como o asado (corte típico para churrasco) subiram 259,7%, contra 276,9% da inflação geral no país.
Na avaliação de Miguel Schiariti, presidente da CICCRA, “a forte queda nas vendas respondeu à significativa contração que o poder aquisitivo das famílias registrou no último ano”, com os aumentos de tarifas básicas como água, energia, gás e transportes consumindo parte significativa do orçamento.
Em paralelo, outras proteínas animais, como as carnes de porco e de aves, têm surgido como alternativas para as famílias argentinas, bem como a redução dos gastos com alimentação fora de casa e aquisição de produtos e serviços não essenciais.
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