Presídio atual fica em área densamente povoada e perto de escolas; nova estrutura deve ser concluída em no máximo dois meses.
O ministro paraguaio da Justiça, Édgar Olmedo Silva, confirmou, nessa terça-feira (5), durante reunião com moradores do bairro Boquerón, que toda a população de internos da superlotada Penitenciária Regional de Ciudad del Este será transferida para um novo estabelecimento penal em construção no município vizinho de Minga Guazú.
A futura penitenciária, conforme boletim do Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC), está com 97% do cronograma concluído e pode ser inaugurada em 45 dias. A intenção inicial era transferir somente os 398 presos já condenados. Após a reunião na manhã de ontem, porém, ficou definida a transferência dos demais 953 detentos.
“Analisamos critérios relacionados à qualidade de vida e ao melhoramento dos padrões de convivência nos centros penitenciários, bem como a execução dos programas efetivos de reinserção social, resguardando os direitos humanos. Por esse motivo, dispusemos que o novo presídio receba tanto os presos provisórios como os condenados”, afirmou Olmedo, citado pelo jornal ABC Color.
A Penitenciária Regional de Ciudad del Este está instalada em um edifício antigo, projetado para receber no máximo 500 detentos. A atual população penal é de 1.351 reclusos, muitos dos quais de nacionalidade brasileira ou com dupla cidadania. A superlotação gera episódios como motins, rebeliões e tentativas de fuga.
A localização no bairro Boquerón, a poucos metros de algumas das principais instituições de ensino do lado paraguaio da fronteira, é outro ponto considerado problemático, com moradores e empresários das áreas próximas reivindicando, há vários anos, a desativação completa do presídio.
A nova penitenciária em Minga Guazú está situada em local com pouca pressão urbana no entorno. Para que seja habilitada, entretanto, será necessário resolver pendências relacionadas ao fornecimento inadequado de água e à melhoria das vias de acesso. “Quando tudo estiver em condições, faremos a transferência”, assegurou o ministro.
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