Ida ao país vizinho para participar da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul estava marcada para a próxima semana.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou, em entrevista nessa quinta-feira (14), no Maranhão, que não estará presente na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, marcada para os dias 20 e 21 de julho em Luque, região metropolitana de Assunção. O motivo do cancelamento da viagem não foi informado por Bolsonaro ou pelo Itamaraty.
Em declarações ao canal de notícias CNN, o presidente brasileiro disse que conversou com o colega paraguaio Mario Abdo Benítez para avisar sobre a ausência na reunião semestral do bloco. O Paraguai ocupa a presidência rotativa do Mercosul, que será transmitida para o Uruguai ao término do evento.
“Já falei que não vou mais, tá? Na política, sempre você pode voltar atrás em algumas coisas, mas a minha decisão até o momento é não ir ao Mercosul, apesar do apelo do Marito”, afirmou Bolsonaro, negando tratar-se de um gesto de falta de cortesia ou de desgaste entre os governos dos dois países.
“Gosto muito do Marito, presidente do Paraguai, temos muita coisa em comum, como por exemplo a piscicultura no grande Lago de Itaipu, está bastante avançado. Pretendemos […] criar tilápias no Lago de Itaipu, podemos aumentar em 40% a produção de pescado nossa”, complementou.
Além do anfitrião Mario Abdo Benítez, confirmaram presença Alberto Fernández (Argentina), Luis Lacalle Pou (Uruguai) e representantes dos governos do Chile, Colômbia, Equador, Guiana e Peru, que participarão, na programação paralela, de uma reunião do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul).
Repercussão
Na imprensa da Argentina, a ausência de Bolsonaro foi chamada de “faltazo” pelo jornal Clarín, cuja manchete na edição on-line foi “Tensão regional: cresce o mal-estar no governo [argentino] pelo acordo de Luis Lacalle Pou com a China e o ‘faltazo’ de Jair Bolsonaro à cúpula do Mercosul”.
No Paraguai, o jornal ABC Color reproduziu informe com o título “Bolsonaro desiste de ir à cúpula do Mercosul no Paraguai, sem esclarecer o motivo”. Última Hora e La Nación usaram manchetes similares, repercutindo boletins distribuídos por agências internacionais de notícias.
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