José Carlos Acevedo faleceu na noite de sábado (21), cinco dias após sofrer um atentado a tiros em Pedro Juan Caballero.
Faleceu na noite de sábado (21) o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, alvo de um atentado a tiros na última terça-feira (17). O corpo de Acevedo, que comandava a capital de Amambay desde 2006, foi sepultado pela família em um cemitério no lado brasileiro, na cidade fronteiriça de Ponta Porã (MS).
Na tarde de terça, após participar de uma reunião com vereadores, Acevedo foi emboscado por pistoleiros em plena área central da cidade, nas proximidades da prefeitura e do Palácio de Justiça. Atingido por sete disparos, foi levado em estado grave a um hospital particular. A morte foi confirmada às 22h20 de sábado.
“Meu irmão já está descansando”, comunicou Ronald Acevedo, governador de Amambay, convidando a população para o velório que teve início ainda na madrugada de domingo (22). No final da tarde, o corpo foi sepultado no Cemitério Cristo Rei, em Ponta Porã, onde a família possui um jazigo. As duas cidades estão separadas apenas por uma avenida.
A autoria do ataque, inicialmente vinculado às máfias fronteiriças, ainda está sendo investigada pelas autoridades paraguaias, que estabeleceram canais para troca de informações com corporações como a Polícia Federal brasileira. Logo após o crime, um veículo similar ao usado pelos quatro pistoleiros foi encontrado incendiado na zona rural.
Família Acevedo
Dominante na política local, a família Acevedo já tinha sido alvo de quatro atentados. Em 2010, o então senador Robert Acevedo sobreviveu a um atentado a tiros. Em 2016, a Radio Amambay, de propriedade da família, foi atacada com explosivos. Em 2018, um segurança de Robert foi assassinado. No ano passado, Haylee, filha do governador Ronald, foi morta ao sair de uma danceteria.
Mesmo com o assassinato de José Carlos, a cidade de Pedro Juan Caballero deve continuar a ser administrada pela família. A primeira na linha de sucessão é a presidente da Junta (Câmara) Municipal, Carolina Yunis de Acevedo, que deve assumir como interina. Carolina é esposa do governador e cunhada do prefeito morto.
“Não estou só com medo, estou aterrorizada, porque não sabemos o que mais esperar dessa gente”, afirmou a vereadora, citada pelo jornal Última Hora. “Já mataram a minha filha, que não tinha nada a ver [com a política], e agora mataram o prefeito. A pergunta é: ‘Meu Deus, quem vai sobrar?’.”
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