O jornal Última Hora publicou, nesta segunda-feira (5), matéria de capa sobre a rede de portos clandestinos na fronteira entre Paraguai e Brasil, com destaque para o trecho entre Ciudad del Este–Foz do Iguaçu e Salto del Guairá–Guaíra, que concentra a maior parte dos atracadouros ilegais.
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O material cita dados de órgãos brasileiros, como a Polícia Federal (PF) e o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), para apontar a existência de mais de 300 pontos ilegais para a travessia de pessoas e mercadorias como cigarros, eletrônicos, drogas, armas, munições, agrotóxicos e medicamentos de uso proibido.
A maioria dos portos está na margem brasileira do lago de Itaipu, onde a atuação das forças de segurança faz com que as operações sejam mais fragmentadas. Na margem paraguaia, onde a vigilância é menor e a existência de grandes áreas de vegetação facilita o ocultamento, os portos estão espalhados por menos locais.
“As organizações criminosas que operam na região do lago têm uma extensa rede. Conseguem recrutar pessoas dos mais diversos níveis sociais, que atuam como informantes, estivadores, pilotos das embarcações e condutores de veículos”, descreve o Última Hora, cuja reportagem (em espanhol) pode ser lida na íntegra clicando aqui.
Apesar dos problemas, o jornal reconhece a existência de avanços no processo de desmantelamento das estruturas utilizadas pelos criminosos. “Em 2021, [as forças brasileiras] desmontaram 41 portos; em 2022, foram 20; no ano passado, 12 portos foram desarticulados”, detalha a matéria.
Em outubro do ano passado, Brasil e Paraguai firmaram um acordo para fortalecer as ações de combate ao crime organizado na fronteira. Na ocasião, o documento recebeu o apoio do presidente Santiago Peña (Partido Colorado), que reconheceu que “se não há segurança, não há investimento e desenvolvimento”.
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