O protesto contra o preço dos combustíveis chega ao segundo dia.
No início da manhã desta terça-feira, 15, o tráfego fluiu normalmente pela Ponte da Amizade, no sentido Foz do Iguaçu-Ciudad del Este.
Mas, novamente, o protesto de caminhoneiros e outros profissionais do volante contra o aumento do preço dos combustíveis acabou em bloqueio do tráfego na fronteira. Mais uma vez, só passam pedestres.
O jornal La Clave informa que as manifestações, em Ciudad del Este, ocorrem também no microcentro, na rotatória da Área 1 e bloqueio intermitente da Rodovia PY07.
Outros municípios com protestos, em Alto Paraná, são em Minga Guazú (km 16 e km 30), Santa Rita, Itakiry, Juan E. O’oleary, Santa Fe del Paraná e Minga Porã.
FUNDO
O governo, na segunda-feira, anunciou que com a criação de um fundo de estabilização de US$ 100 milhões será possível manter o preço do óleo diesel ante aumentos imprevistos, mas não será possível reduzir o que é cobrado atualmente.
O ministro da Fazenda, Óscar Llamosas, afirmou que as ferramentas para mitigar ou evitar o aumento dos combustíveis são muito limitadas, porque o Paraguai importa 100% do que consome e, agora, há o impacto nos preços provocados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, conforme noticia o jornal Última Hora.
IMPOSTO SELETIVO
Desde as primeiras horas da manhã, há bloqueios intermitentes de rodovias feitos por caminhoneiros. Um dos principais é na rodovia PY02 em Capiatá, a 19 km de Assunção, onde estão concentrados 350 caminhões de grande porte, número que deve aumentar nas próximas horas, de acordo com o jornal Última Hora.
É o segundo dia de protestos no Paraguai. Além de caminhoneiros, as manifestações também incluem motoristas de aplicativos, taxistas, e outros profissionais da boleia. Na fronteira, participam também mototaxistas, “paseros” e motoristas de transporte alternativo, entre outros.
Os caminhoneiros, principalmente, exigem que o governo zere o imposto seletivo sobre os combustíveis. Mas o vice-ministro de Tributação, Óscar Orué, afirmou na segunda-feira, em entrevista coletiva, que essa medida não teria impacto na redução dos preços.
PARALISAÇÃO
O representante dos caminhoneiros, Nery Pereira, reiterou ao canal Telefutura que as mobilizações não cederão enquanto o governo não reduzir os preços dos combustíveis para a população em geral.
Eles rechaçam a proposta da estatal Petropar, que ofereceu um desconto de 400 guaranis (R$ 0,30) para os caminhoneiros e trabalhadores do volante.
“Queremos que os trabalhadores e a população em geral tenham um benefício de redução dos preços de combustíveis. Se continuar assim, (…) teremos que buscar outra forma (de protesto) mais drástica”, disse Nery Pereira.
Um dos líderes dos caminhoneiros disse que o protesto dos caminhoneiros, se tiver continuidade, poderá paralisar o país inteiro.
Os preços dos combustíveis no Paraguai subiram, em menos de um ano, o equivalente a R$ 1,70 por litro, mas ainda há outro aumento para entrar em vigor.
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