Pesquisa mostra perfil de quem atravessa a Ponte da Amizade

Levantamento do Centro Universitário UDC coletou dados como origem, faixa etária, renda e motivação da viagem.

O Centro Universitário UDC divulgou, no final de abril, os dados da pesquisa de campo feita entre os dias 20 e 23 de outubro de 2022, na Ponte Internacional da Amizade, para a verificação do perfil das pessoas que cruzam a fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este (Paraguai).

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O trabalho, coordenado pelo pró-reitor da instituição, professor doutor Fábio Hauagge do Prado, fornece subsídios para o planejamento dos órgãos que atuam na região, como a Receita Federal do Brasil (RFB), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). No total, 227 pessoas responderam ao questionário, que tinha 27 perguntas.

“A metodologia adotada foi a quantitativa, na Ponte Internacional da Amizade – PIA. Foram entrevistadas 227 pessoas de diversas regiões do Brasil e de outros países que atravessam no sentido Brasil-Paraguai e Paraguai-Brasil”, descrevem os autores do estudo. As entrevistas foram aplicadas por alunos, com a supervisão de professores.

Em relação à nacionalidade, 86,2% dos entrevistados eram brasileiros, 12,4% paraguaios e 1,4% argentinos. Entre os brasileiros, o maior percentual era de moradores do Paraná (39,2%), seguidos por catarinenses (12,3%) e paulistas (10,1%).

Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC
Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC

Quanto à caracterização, 61,1% eram homens e 38,9% mulheres. As faixas etárias mais representadas foram: dos 35 aos 49 anos (32,6%), 25 aos 34 anos (30,4%) e 50 aos 64 anos (19,8%). Entre os que informaram a renda familiar, 40,4% estavam no grupo dos R$ 3,7 mil a R$ 9,3 mil mensais e 28,3% entre R$ 1,8 mil e R$ 3,7 mil.

Hospedagem e transporte

Das 163 pessoas que responderam sobre local de hospedagem, 66,3% disseram que ficaram na região de Foz do Iguaçu, com os demais relatando que não se hospedaram nas cidades da fronteira.

Entre quem utilizou algum meio de hospedagem, Foz do Iguaçu foi a localidade mais escolhida (92,1%). Ciudad del Este recebeu 7% dos hóspedes. A média de permanência foi de duas a cinco diárias, com apenas 21,5% respondendo ter tido um único pernoite.

Já quanto ao transporte, dos 168 que colaboraram com essa parte do questionário, 48,8% viajaram com veículo próprio, 19% em voos regulares e 14,9% em ônibus de excursão. Entre os 81 que informaram o perfil da viagem, por sua vez, 43,3% disseram que estavam com a família, 31,6% sozinhos e 18,7% com amigos.

Sobre o motivo da vinda à fronteira, 41,1% dos respondentes citaram atividades de lazer, 28,9% afirmaram que o fator central foi fazer compras e 18,3% comunicaram que estavam em uma viagem de trabalho ou negócios.

Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC
Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC

Compras no Paraguai

Outro ponto abordado pelos pesquisadores foi a motivação para cruzar a Ponte Internacional da Amizade em direção ao Paraguai. Para 61% dos entrevistados, o motivo principal foi comprar no comércio de Ciudad del Este, com 19% informando lazer e 13,8% trabalho ou negócios.

Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC
Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC

O tempo de permanência no lado paraguaio foi de 1 a 3 horas para 52,9% dos respondentes, com 42% citando que ficaram até 7 horas e 5,1% reportando que ficaram mais que esse período. A estimativa de gasto está detalhada no gráfico abaixo:

Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC
Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC

O levantamento também coletou dados sobre o propósito das compras, com 86,6% dizendo que eram para uso próprio, 10,7% para presentes e 2,7% para revenda. Quanto à frequência, 42,6% afirmaram que vão ao comércio de Ciudad del Este uma vez por ano, 14% a cada seis meses e 12,4% a cada 90 dias.

Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC
Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC

Atrativos turísticos

A ida ao Paraguai movimenta o turismo da região, com 56,2% dos 203 entrevistados que responderam a essa etapa da pesquisa apontando que visitaram outros atrativos turísticos durante a permanência na fronteira. A percepção sobre as horas passadas em Ciudad del Este foi positiva para a imensa maioria dos entrevistados.

Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC
Gráfico: Gentileza/Centro Universitário UDC

Já a Ponte da Amizade foi avaliada como bonita e limpa por somente 44,9% dos participantes, com os demais manifestando opinião negativa. Por outro lado, 67,7% disseram que se sentiram seguros na passarela fronteiriça, enquanto 33,3% manifestaram sensação de insegurança.

O atendimento na aduana brasileira foi bem avaliado pelos entrevistados, com 58,5% atribuindo o conceito bom, 22,9% ótimo e 18,7% classificando os serviços como regulares ou ruins. Quanto à fiscalização, 57,7% disseram ser positiva, 32,6% fizeram ressalvas em relação aos transtornos gerados e 9,8% opinaram que não traz nenhum benefício.

Os dados completos da pesquisa, que incluiu também a Ponte Tancredo Neves, na fronteira entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, podem ser solicitados no site www.udc.edu.br. Nos próximos dias, o H2FOZ trará o detalhamento do fluxo de veículos e do perfil de viajantes na fronteira com a Argentina.

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