A agência argentina Télam divulgou, na última semana, informação a respeito de um estudo feito na Universidade Nacional de Córdoba (UNC), que analisou os impactos de quatro bebidas não alcoólicas, com algum grau de cafeína, em mulheres que estão na fase de amamentação de seus bebês.
Leia também:
Cão cientista é homenageado com estátua no lado argentino da fronteira
O trabalho, intitulado “Bebidas não alcoólicas com cafeína e seu efeito na saúde mental das mulheres durante o puerpério – estudo transversal na Argentina relacionado com a pandemia de covid-19”, leva a assinatura dos pesquisadores Agustín Ramiro Miranda, Mariela Valentina Cortez, Ana Verónica Scotta e Elio Andrés Soria.
Apesar de não haver proibição expressa, a recomendação de muitos médicos é para que as mulheres reduzam o consumo de substâncias com cafeína durante o período de produção de leite. Foram avaliados o uso de café, chá preto, refrigerante com cafeína e erva-mate (do modo consumido na Argentina, similar ao chimarrão).
“Existe pouca evidência científica em torno à lactante, quase todos os estudos são sobre os efeitos nos recém-nascidos. A mulher fica relegada a segundo plano, em um momento crucial de transição para ela, com repercussões que podem permanecer para toda a vida”, explicou Elio Andrés Soria, um dos autores do estudo.
O grupo concluiu que a erva-mate, por conter substâncias que ajudam a neutralizar os efeitos considerados nocivos da cafeína, pode ser visto como benéfica, ao melhorar o estado de ânimo e não gerar situações extremas como agitação excessiva e insônia.
“Como equipe de trabalho, há anos estamos estudando o mate. Sabemos que é um alimento que proporciona muitos componentes, muito além da cafeína. Tem uma grande variedade de compostos cujos efeitos às vezes se somam e em outras se antagonizam”, detalhou a pesquisadora Ana Verónica Scotta, citada pela Télam.
As participantes do estudo foram convidadas a preencher questionários de avaliação da saúde mental, em paralelo ao consumo das bebidas estudadas e à análise de suas rotinas e condições socioeconômicas. “A erva-mate melhorou todas as pontuações relativas à depressão, além de promover a amamentação”, citou Soria.
A equipe reconhece a necessidade de realização de mais pesquisas sobre o tema, bem como o desenvolvimento de políticas focadas na saúde mental da mulher durante a amamentação. Para ler a íntegra do estudo (em inglês), publicada na revista Science Direct, clique aqui.
Comentários estão fechados.