Perfil: quem é Paraguayo Cubas, candidato preso no Paraguai?

Advogado conhecido na região de Ciudad del Este, Cubas convocou protestos após ficar em terceiro lugar na disputa presidencial de domingo (30).

Preso no fim da tarde de sexta-feira (5), após quase uma semana de protestos de seus seguidores contra os resultados das eleições, o advogado Paraguayo Cubas, líder do Partido Cruzada Nacional (PCN), é uma figura conhecida na região de Ciudad del Este, onde obteve parte importante de seus 22,9% de votos no último domingo (30).

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Terceiro colocado na corrida presidencial, atrás de Santiago Peña (42,7%), do Partido Colorado, e Efraín Alegre (27,5%), da Concertação Nacional, Paraguayo Antonio Cubas Colomés tem 61 anos e nasceu nos Estados Unidos, enquanto seu pai, militar, cumpria serviço na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Formado em Direito pela Universidade Nacional de Assunção (UNA), ganhou fama na região de Ciudad del Este, nos anos 1990, como assessor de empresas públicas e privadas. Sua primeira incursão na política foi como deputado pela Aliança Encontro Nacional (1993–1998), de oposição ao governista Partido Colorado.

Em 1998, concorreu ao governo do departamento (estado) de Alto Paraná, sendo derrotado pelo candidato colorado. Em 2001, disputou a prefeitura de Ciudad del Este, colhendo nova derrota. Em 2018, foi eleito senador pelo então Movimento Cruzada Nacional, com discurso contrário ao sistema político do país.

O mandato no Senado, no entanto, durou pouco, com Cubas tendo sido cassado, em novembro de 2019, após seguidas queixas por quebra de decoro e episódios nos quais atirou uma garrafa de água no senador Calé Galaverna e trocou socos com o também senador Enrique Riera.

Vídeo do canal NPY
Vídeo do canal ABC TV

Na mesma época, Cubas afirmou a camponeses que era preciso matar “cem mil brasileiros bandidos”, em referência a agricultores de origem brasileira que cultivam terras no país.

Antes disso, em 2016, Payo Cubas, como é conhecido, provocou confusão ao ameaçar com “cintadas” o juiz Amílcar Marecos, no Fórum de Ciudad del Este, e defecar no chão da sala de audiências, conforme reportagem difundida, à época, pelo canal Red Guaraní.

Vídeo do canal Red Guaraní

Em 2023, concorreu à presidência com pauta antissistema, alinhada a setores de direita em áreas como a linha-dura no combate à violência, mas destoando em pontos como a liberação da maconha, defendendo os camponeses que obtêm renda com o cultivo e prometendo “maconha de primeira e a baixo custo”.

Paraguayo Cubas obteve 692,6 mil votos para a presidência, 599,4 mil a menos que o eleito Santiago Peña. Seu partido, o PCN, conseguiu votação suficiente para eleger quatro deputados (de um total de 80 cadeiras) e cinco senadores (de 45 parlamentares), disputando, com grupos de oposição, o posto de terceira força política do país.

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