A vinda de paraguaios para veranear no Brasil preocupa as autoridades de saúde do Paraguai. Por isso, a recomendação é que se cuidem muito e há a exigência de que, ao voltar, apresentem resultado de teste negativo para covid-19 ou façam o exame já ao entrar em Ciudad del Este.
Os integrantes do grupo de Facebook “Paraguayos en Auto a Brasil” (acesse aqui) não veem nenhum problema em apresentar o teste de covid-19 e não consideram que o risco de contrair a doença seja maior nas praias catarinenses, por exemplo, do que no Paraguai.
Mas o vice-ministro de Atenção Integral à Saúde do Paraguai, Julio Borba, em entrevista à rádio Universo e canal Gen, disse que não tem intenção de desestimular o turismo, porém considera que o viajante deve saber bem qual é a situação epidemiológica do local em que vai veranear.
Ele comparou: “O Estado de Santa Catarina tem 7 milhões de habitantes, o mesmo que todo o Paraguai, com a diferença de que Santa Catarina tem 600 mil casos positivos e 6 mil mortos até esta data. Estamos falando de seis vezes mais casos que o Paraguai e três vezes mais mortalidade. É uma situação complicada e é preciso ter cuidado porque podemos trazer o vírus. O inconveniente não se dá apenas na praia, mas também quando vamos ao supermercado, visitar amigos ou saímos para cear”, disse.
O vice-ministro salientou que este foi o motivo de se exigir o PCR negativo para os paraguaios que regressem ao país por via terrestre. Quem não apresentar, ficará em quarentena até ter o resultado. Borba acrescentou que está sendo estudada até mesmo a volta dos albergues.
COM SEGURANÇA
No grupo “Paraguayos en Auto a Brasil” o veranista Mario A. Pereira, que está em Mariscal (SC), contou que se sente seguro na praia, de onde volta nesta terça. “No supermercado e em todo lugar fechado está todo mundo com máscaras (…), ninguém na rua depois das 22h… Aqui, vivemos as férias cuidando-nos e respeitando os protocolos”, garantiu. E completou: Quem quiser vir, que venha! Eu asseguro que vão esquecer de toda a psicose da covid no Paraguai”.
Outra participante do grupo, Verónica Piris, elogiou o setor de Migrações do Paraguai, por informar que “não há novo protocolo, não há nada novo”, e que o importante é que “o paraguaio está consciente de que deve registrar sua entrada e sua saída do Paraguai”.
Rodrigo Duarte defende as férias no Brasil. Na segunda-feira, ele e a família regressaram ao país, apresentando testes negativos para covid. Para ele, em relação à doença, tanto faz se você viaja ao Brasil ou permanece no Paraguai. “No Paraguai (também) corremos o risco de contrair o vírus”, disse.
Para ele, o cuidado é responsabilidade de cada paraguaio cumprir os protocolos. “Com base na nossa experiência, comprovamos que a responsabilidade era totalmente nossa e constatamos que, com os devidos cuidados, se pode ter umas boas férias”. E conclamou: “Saudações, queridos compatriotas, e não deixemos de desfrutar experiências únicas”.
Entre tantos comentários, os principais eram elogios aos destinos brasileiros de verão. Veja algumas postagens do grupo:
4 MIL EM VERANEIO
A diretora de Migrações do Paraguai, Ángeles Arriola, informou à rádio Monumental 1080 AM que cerca de 4 mil paraguaios viajaram ao Brasil para passar as férias.
Ela lembrou da necessidade de apresentar o teste de covid-19 e que o governo está trabalhando para aumentar a capacidade de testagem em Ciudad del Este, já que é ali que se faz o controle para entrada no Paraguai.
O MEDO
Seja psicose ou medo racional, os responsáveis pela saúde no Paraguai se baseiam nos números, muito desfavoráveis ao Brasil.
Pelos dados de segunda-feira, 11, o Brasil registra 8.105.790 casos de covid-19. O número de mortes subiu para 203,1 mil.
Há 720.549 pessoas com casos ativos em acompanhamento por profissionais de saúde e 7.207.483 pessoas recuperadas da doença.
Esses números significam que, no Brasil, há 38.234 casos a cada 1 milhão de habitantes; e 958 mortes a cada 1 milhão de brasileiros.
Mesmo com um preocupante aumento de casos, o Paraguai registra, também até ontem, 112.856 casos confirmados e 2.352 óbitos. Proporcionalmente, são 16.222 casos a cada milhão de habitantes; e 361,7 mortes a cada milhão de paraguaios. Isto é, 2,6 vezes menos mortes, proporcionalmente; e 2,3 vezes menos casos.
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