Após acordo, Paraguai prepara venda direta de energia ao Brasil

País vizinho quer comercializar parte da produção da hidrelétrica de Acaray, em Hernandarias, no mercado livre brasileiro.

O governo do Paraguai está preparando, por meio da estatal Administração Nacional de Eletricidade (Ande), um pregão para sua primeira venda direta de energia elétrica no mercado livre brasileiro.

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A operação tem como base o acordo firmado entre Brasil e Paraguai, na semana passada, que definiu a tarifa da usina de Itaipu até 2026 e autorizou o país vizinho a negociar a venda de eletricidade (exceto a de Itaipu e a da outra binacional paraguaia, Yacyretá) diretamente com os grandes consumidores brasileiros.

Inicialmente, o Paraguai pretende disponibilizar cem megawatts de energia no mercado brasileiro, como plano-piloto. A fonte será a usina de Acaray, localizada na cidade de Hernandarias, no Rio Acaray, a poucos quilômetros de Itaipu.

“Já estamos com as bases de uma licitação que a Ande vai chamar, para ofertar 100 megawatts no mercado brasileiro”, confirmou o presidente do Paraguai, Santiago Peña, citado pela agência pública IP. “Pretendemos transmitir essa energia pelo sistema interconectado.”

“Também estamos trabalhando em uma lei de modernização do sistema elétrico, que vai permitir novas fontes de geração de energia, e aí abriremos um mercado gigantesco, pois o Paraguai tem potencial para novas fontes, tanto de pequenas hidrelétricas nos rios internos, como de energia solar”, complementou.

O acordo da semana passada entre Brasil e Paraguai também prevê que, a partir de 2027, o excedente paraguaio na hidrelétrica de Itaipu poderá ser negociado no mercado livre, com possibilidade de ganhos adicionais para o Estado paraguaio.

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