Após quase dez dias de interrupção total, o Paraguai voltou, nessa quinta-feira (28), a vender à Argentina seu excedente de energia na usina binacional de Yacyretá, localizada no Rio Paraná. A retomada ocorreu após a definição de um calendário de pagamento dos valores em atraso, referentes a 2022 e 2023.
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De acordo com o jornal Última Hora, o governo argentino concordou em pagar o saldo devedor correspondente a 2022, de US$ 36 milhões, em três parcelas mensais de US$ 12 milhões (R$ 60 milhões). Com o depósito da primeira cota, o Paraguai voltou a liberar a energia, que representa cerca de 5% do consumo total da Argentina.
Já em relação à dívida acumulada em 2023, que já estaria, conforme os cálculos paraguaios, em US$ 56,2 milhões (R$ 281 milhões), a resolução ficaria para o próximo presidente argentino, que tomará posse no dia 10 de dezembro. Sergio Massa, atual ministro da Fazenda, é um dos candidatos na disputa.
Nos bastidores, a decisão paraguaia de suspender a venda de energia foi interpretada como uma represália do país ao pedágio implantado pela Argentina na hidrovia do Rio Paraná, com tarifa de US$ 1,47 (cerca de R$ 7,50) por tonelada transportada pelos barcos que navegam entre a foz do Rio Paraguai e os portos da região de Rosário.
Na quarta-feira (27), o governo argentino concordou em suspender, por 60 dias, as retenções de embarcações consideradas inadimplentes. Paraguai, Brasil, Uruguai e Bolívia, signatários do acordo da hidrovia, ameaçam levar a controvérsia aos tribunais internacionais, caso não seja possível chegar a uma solução.
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