Paraguai ratifica protocolo de combate ao comércio ilegal de cigarros

Documento, assinado pelo país em 2012, tramitava no Congresso desde 2018.

Documento, assinado pelo país em 2012, tramitava no Congresso desde o ano de 2018.

O Congresso do Paraguai aprovou, nessa quarta-feira (6), o Protocolo de Eliminação do Comércio Ilícito de Cigarros, criado em 2003 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e firmado pelo país em 2012. O documento, que deu entrada no Legislativo em 2018, já tinha o aval do Senado e recebeu, agora, o voto da maioria dos deputados.

O convênio multilateral, cujo objetivo é “proteger as gerações presentes e futuras contra o impacto do tabagismo na saúde, nas relações sociais, no meio ambiente e na economia”, prevê uma série de medidas de controle aos derivados do tabaco, como a implantação de códigos para rastreamento da origem e do destino dos produtos.

Outra regra é a destruição dos cigarros apreendidos, bem como o endurecimento das multas e penas a pessoas e empresas que infringirem as normas vigentes. A cooperação entre os países signatários do acordo é um dos pontos de maior relevância, tendo em vista o alcance internacional das grandes redes de distribuição.

A passagem do documento pela Câmara dos Deputados foi marcada pela postura contrária inicialmente demonstrada por parlamentares ligados ao ex-presidente Horacio Cartes, que é acionista da Tabesa, maior fabricante paraguaia de cigarros.

De acordo com o jornal Última Hora, Justo Zacarías, deputado cartista e ex-governador do departamento de Alto Paraná (cuja capital é Ciudad del Este), apresentou emenda que estabelecia prazo adicional de um ano para a entrada em vigor das obrigações previstas no convênio. A proposta, porém, foi rejeitada pelos demais parlamentares.

“Estamos a favor do controle, mas não podemos ser bobos. Algumas questões são criadas só para dar mais vantagens aos grandes conglomerados”, criticou Zacarías, argumentando que o custo para a implantação dos códigos de rastreamento prejudicará as empresas do país, beneficiando as grandes multinacionais do setor.

A política de códigos estabelece que, em até cinco anos após a ratificação do acordo, cada maço de cigarros seja identificado com uma sequência única. Em paralelo, fabricantes, exportadores e importadores devem manter registros detalhados das transações. No Brasil, o Protocolo de Eliminação do Comércio Ilícito de Cigarros foi ratificado em 2018.

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