Paraguai nega presença de militares dos EUA nos rios da fronteira

Imprensa argentina diz que engenheiros do Exército dos Estados Unidos atuam na hidrovia dos rios Paraná e Paraguai.

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O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, negou que seu país tenha dado “via livre” para que militares dos Estados Unidos participem de forma ativa na gestão da hidrovia dos rios Paraná e Paraguai. As declarações foram dadas após publicações da imprensa da Argentina, questionando a suposta interferência estrangeira.

Em visita à região de Ciudad del Este, na sexta-feira (21), Benítez disse que não existe nenhuma queixa formal do governo argentino em relação a um acordo de 2014 que prevê, no trecho paraguaio da hidrovia, a colaboração de técnicos do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA (USACE) para a atualização do plano diretor.

“Não recebi nenhum tipo de reclamação e tenho comunicação frequente com Alberto Fernández, com quem construí uma relação de amizade. Não recebi nada da parte dele ou de alguém do governo argentino”, reforçou Mario Abdo, citado pelo jornal Última Hora.

Segundo o presidente paraguaio, são falsas as alegações de que militares dos EUA estariam interferindo na gestão da hidrovia, comprometendo a soberania da região. “Há apenas um projeto de colaboração, para melhorar o desenho da hidrovia e obter um melhor volume, respeitando o meio ambiente”, afirmou.

Fundada em 1802, a USACE é uma agência federal dos Estados Unidos composta por civis e militares com experência na área de engenharia pública. Além do próprio país, a entidade costuma prestar consultoria em projetos internacionais. No Brasil, a colaboração inclui áreas como a segurança de barragens.

Pedágio

A polêmica sobre a hidrovia foi interpretada, no Paraguai, como uma espécie de “cortina de fumaça” em relação ao anúncio argentino de que passará a cobrar pedágio no trecho de soberania exclusiva do país, localizado entre a foz do Rio Paraguai e a entrada do porto de Santa Fé, no leito inferior do Rio Paraná.

Representantes do governo paraguaio questionam a iniciativa. A primeira reunião entre as partes, na semana passada, terminou sem acordo. Um segundo encontro foi marcado para novembro, em Buenos Aires. “A região precisa de maior competitividade. Não creio que isso [pedágio] esteja em sintonia com o Mercosul”, reclamou Mario Abdo Benítez.

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