Paraguai inicia desapropriação de imóveis no acesso à segunda ponte

Processo deve envolver cerca de cem lotes urbanos ou rurais nos municípios de Presidente Franco e Minga Guazú.

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O Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC), do Paraguai, deu início, nessa quinta-feira (5), ao processo público de desapropriação de imóveis para a construção ou adequação das vias de acesso à cabeceira paraguaia da Ponte da Integração, prevista para ficar pronta no segundo semestre de 2022.

Moradores de Presidente Franco, residentes nas áreas afetadas, participaram de uma audiência pública na sede da prefeitura local. Durante o evento, técnicos do MOPC informaram que, a partir de segunda-feira (9), será feito um trabalho de campo para atualizar a base de dados, que é de cinco anos atrás, e oficializar a lista de imóveis.

Haverá desapropriações, também, no município de Minga Guazú, mas em locais com características rurais. De acordo com o MOPC, todos os proprietários serão indenizados, no prazo de até um ano, tendo como critérios metragem do imóvel, valor imobiliário e benfeitorias construídas pelos atuais donos, como casas e outras estruturas.

A estimativa inicial é a de que pelo menos cem proprietários recebam algum tipo de compensação, em sua maioria no bairro Tres Fronteras, localizado na cabeceira da futura ligação com Foz do Iguaçu. Nos municípios de Hernandarias e Los Cedrales, que vão receber parte do anel viário da nova ponte, apenas terrenos públicos serão afetados.

As obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai estão sendo financiadas pela diretoria brasileira de Itaipu, em pacote que inclui a rodovia Perimetral Leste, em Foz. Os acessos pelo lado paraguaio, por sua vez, contam com um empréstimo de US$ 200 milhões contraído pelo governo do país no Banco de Desenvolvimento da América Latina.

Em sua atual etapa, o cronograma da ponte está em 64% de execução física, com desembolso acumulado de R$ 149 milhões, de um total de R$ 323 milhões previstos. Os principais pagamentos devem ser feitos ao longo dos próximos 12 meses, que abrigarão o terço final da obra iniciada em agosto de 2019.

Ponte Jaime Lerner?

Causou estranheza, nessa quinta-feira (5), a notícia vinda de Brasília de que o deputado federal Evandro Roman (Patriota), de Cascavel, quer rebatizar a Ponte da Integração Brasil-Paraguai como “Ponte Jaime Lerner”, em homenagem ao arquiteto, urbanista e ex-governador do Paraná, falecido em maio aos 83 anos.

Roman é o autor do Projeto de Lei nº 1.984/21, que pode entrar em votação ainda neste semestre. Na justificativa, o deputado exalta o currículo do homenageado, contudo não se atém a fatos como a implantação do custoso modelo de pedágio nas rodovias paranaenses, ocorrida em 1997, durante o primeiro de dois mandatos do político.

“Podemos dizer que Jaime Lerner, além de brilhante político, arquiteto e urbanista, foi uma ponte que integrou o Estado do Paraná e interligou, com sua inspiração e sentido de coletividade ímpar, o Brasil aos quatro cantos do Mundo. Assim, nada mais justo do que homenageá-lo”, escreve o deputado.

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