A Polícia da Espanha e a Polícia Nacional do Paraguai desarticularam, em ações conjuntas, duas quadrilhas que operavam o tráfico internacional de pessoas. As vítimas, em sua maioria, eram jovens paraguaias levadas ao país europeu sob falsas promessas e mantidas em situação análoga à escravidão.
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Um dos grupos foi flagrado na Espanha, na Operação Guarani, enquanto o outro foi descoberto no Paraguai, na Operação Asunción. Os procedimentos, executados entre os dias 18 e 24 de abril, foram mantidos em sigilo pelas forças policiais. No total, 14 pessoas acabaram detidas. Sete mulheres, vítimas de exploração, recuperaram a liberdade.
“As vítimas eram captadas, principalmente, no Paraguai, entre mulheres jovens em situação de vulnerabilidade e com necessidade econômica”, destaca a polícia espanhola em comunicado à imprensa. “Uma vez convencidas mediante enganos, tinham a viagem facilitada para a Espanha e eram exploradas sexualmente em bordéis.”
Os investigadores ressaltaram que os dois grupos não possuíam relação entre si, mas agiam da mesma maneira. Uma das organizações tinha como membro “um emergente e conhecido cantor paraguaio”, proprietário de um spa que estaria sendo usado para aliciar potenciais vítimas para o esquema.
Ainda conforme a polícia espanhola, as mulheres eram exploradas nas regiões de A Coruña e Córdoba, onde eram monitoradas com câmeras, proibidas de sair à rua desacompanhadas e obrigadas a entregar quase a totalidade do dinheiro obtido com a exploração do próprio corpo, para pagar supostas dívidas de viagem e consumo.
Os lucros obtidos pelas quadrilhas eram investidos em compras de imóveis e veículos. O trabalho policial resultou na identificação de 35 títulos de propriedade e na apreensão de € 19,7 mil (R$ 108,9 mil) em dinheiro, € 63 mil (R$ 348,3 mil) em cheques, seis relógios de luxo, seis veículos, 24 telefones celulares e 27 porções de cocaína.
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