O governo do departamento (estado) de Alto Paraná declarou, nessa segunda-feira (30), estado de emergência por período de 30 dias, devido aos estragos provocados pelos temporais dos últimos dias na região de fronteira com Foz do Iguaçu.
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A Resolução n.º 428, proposta pelo governador César “Landy” Torres (Partido Colorado), foi aprovada pelos membros da Junta Departamental, órgão equivalente à Assembleia Legislativa. O objetivo é facilitar a adoção de medidas para reparar os danos e efetuar ações preventivas nas áreas ameaçadas pela cheia do Rio Paraná e afluentes.
Na fronteiriça Ciudad del Este, capital e cidade mais populosa do Alto Paraná, as chuvas de sábado (28) e segunda transformaram as ruas da área central em rios, arrastando parte do asfalto da Avenida Adrián Jara e gerando, até mesmo, cenas inusitadas, como o jovem que desceu a corredeira usando um flamingo inflável (clique aqui para ver).
Em bairros ribeirinhos ao Paranazão, como o San Rafael e o San Agustín, cerca de 120 famílias tiveram de ser removidas de suas residências, em razão do transbordamento do arroio Acaraymí. Já em Presidente Franco, município vizinho a Ciudad del Este, toda a área do porto Tres Fronteras foi tomada pelas águas.
No interior, a preocupação é com as cidades ribeirinhas, afetadas pela cheia do Rio Paraná, e com as áreas atingidas por eventos como vendavais e queda de granizo, em municípios como Juan León Mallorquín e Juan Emilio O’Leary.
As autoridades estão de prontidão, também, quanto à possibilidade de perdas nos cultivos de grãos, provocadas pelo excesso de chuvas. Os trabalhos são desenvolvidos em coordenação com entidades como Itaipu Binacional, Secretaria de Emergência Nacional (SEN) e corporações locais de bombeiros voluntários.
Falta de recursos
Por outro lado, o titular da SEN, Arsenio Zárate, concedeu entrevista à rádio Monumental AM, de Assunção, na qual revelou que a pasta está sem recursos para ações e depende de doações das binacionais Itaipu (Paraguai/Brasil) e Yacyretá (Paraguai/Argentina) para continuar atendendo as famílias afetadas em diferentes regiões do país.
“Dependemos exclusivamente das binacionais e de alguns ministérios, porque o dinheiro que ainda temos, do orçamento de aproximadamente US$ 8 milhões [R$ 41 milhões], é suficiente só para pagar salários e deslocamentos dos funcionários para o trabalho no campo”, afirmou Zárate, reivindicando maior dotação orçamentária para a secretaria.
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