Serviços sanitários do Brasil, da Argentina e do Paraguai estão monitorando, na população de aves silvestres, a circulação do vírus H5N1, causador da gripe aviária. O agente foi identificado, inicialmente, em animais na Argentina. No fim de semana, Paraguai e Brasil também confirmaram a detecção em espécimes selvagens.
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De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foram identificados no Brasil, até o momento, oito animais infectados, sendo sete no Espírito Santo e um no Rio de Janeiro. No Paraguai, os quatro focos estão na região do Chaco, nas localidades de Faro Moro, Mariscal Estigarribia, Colonia Neuland e Filadelfia.
Para intensificar as medidas de prevenção e dificultar a chegada do vírus aos seres humanos ou às aves de produção comercial, o MAPA decretou Estado de Emergência Zoossanitária pelo período de 180 dias. A medida alcança todos os estados brasileiros, incluindo áreas sem a presença do H5N1, como é o caso do Paraná.
“Os produtores precisam continuar tomando todos os cuidados para não permitir que outras aves entrem nas granjas e para restringir a entrada nos aviários apenas às pessoas estritamente necessárias ao serviço”, orientou o gerente de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rafael Gonçalves Dias.
À Agência Estadual de Notícias (AEN), Dias explicou que os consumidores não precisam preocupar-se em relação à carne de frango. “Não há registro da doença em aves de subsistência ou comerciais no Brasil, mas, mesmo que isso ocorra, não há risco de contaminação em humanos pelo consumo da carne de frango”, disse.
Exportação
O Paraná é o maior produtor e o principal exportador de carne de frango do Brasil. A detecção de casos em aves silvestres não altera o status brasileiro de livre da doença perante a Organização Mundial de Saúde Animal, não afetando, por ora, a comercialização interna ou externa do produto.
Estabelecida pela Portaria n.º 587, a declaração de Estado de Emergência Zoosanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação de ações de prevenção e combate com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais.
Uma das orientações à população é que, se houver suspeita, aves doentes ou mortas não sejam recolhidas, mas que se comunique o serviço veterinário mais próximo, a fim de que eventual vírus não se espalhe. No Paraná, a entidade a ser contatada é a Adapar, que mantém escritórios em vários municípios.
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