Mandados e outros documentos terão versão bilíngue; em caso de necessidade, será requisitado um intérprete.
Em fato considerado histórico, o comando da Polícia de Misiones, província argentina na fronteira com Brasil e Paraguai, anunciou que procedimentos como operações e cumprimentos de mandados em aldeias indígenas serão comunicados em guarani, com documentos em versão bilíngue e utilização de intérpretes em caso de necessidade.
A decisão foi tomada após reunião entre representantes da etnia mbyá guarani, governo da província de Misiones e comandantes da instituição policial. Além disso, ações de rotina serão previamente informadas às lideranças da aldeia, respeitando os processos de organização de cada comunidade e prevenindo a ocorrência de situações abusivas.
“Agora temos um caminho conjunto entre a justiça dos brancos e dos indígenas. A partir de agora, os policiais não vão poder entrar no mundo indígena e fazer o que eles querem. Primeiro, terão que respeitar os caciques e os donos das casas, o que antes não ocorria”, disse Ricardo Benítez, líder da comunidade tuna’í, ao portal Originarios.ar.
Outro resultado da reunião foi a recomendação, aceita pelo comandante da Polícia de Misiones, Carlos Miguel Merlo, para que os delegados participem de cursos promovidos pela Equipe Misiones da Pastoral Aborígene (EmiPA), com foco em convênios e protocolos elaborados por organizações internacionais.
Tal como a vizinha Corrientes, onde o guarani é uma das línguas oficiais, a província de Misiones possui forte influência da cultura indígena. Em Puerto Iguazú, o assentamento mais conhecido é a Comunidade Yriapú, localizada nos arredores do perímetro urbano.
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