Operação Hinterland prende traficantes de cocaína no Brasil e no Paraguai

Procedimento tem a participação da Polícia Federal, Receita Federal, Senad do Paraguai e Europol.

Forças policiais do Brasil e do Paraguai deflagraram, na manhã desta quinta-feira (30), a Operação Hinterland, que tem como alvo uma quadrilha especializada no envio de cocaína da América do Sul para a Europa, usando a estrutura de duas empresas de logística marítima sediadas nos portos brasileiros de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC).

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A operação tem a participação de agentes da Polícia Federal (PF), Receita Federal do Brasil (RFB), Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e Ministério Público do Paraguai, com o apoio da Agência da União Europeia para Cooperação Policial (Europol).

Somente no Brasil, foram mobilizados 200 policiais federais e 12 servidores da RFB para o cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia. No Paraguai, o alvo principal é um empresário residente na capital, Assunção.

“Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPF’s e CNPJ’s, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de GTA’s (Guia de Trânsito Animal) por quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais. Com as medidas executadas, a descapitalização da organização criminosa poderá chegar a R$ 3,85 bilhões, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período da investigação”, informa a PF em nota enviada à imprensa.

Portos de Itajaí e Rio Grande eram usados para o envio da droga. Imagem: Gentileza/Polícia Federal
Portos de Itajaí e Rio Grande eram usados para o envio da droga. Imagem: Gentileza/Polícia Federal

Investigação

Iniciada em março de 2021, a fase de investigação da Operação Hinterland apurou a existência de um esquema de envio de cocaína para países como a Alemanha, por meio de portos na Região Sul do Brasil. Produzida na Bolívia, a droga entrava o país via Paraguai, na região de fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS). Na sequência, o entorpecente era transportado em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e armazenado em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí.

“A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários). Já no continente europeu, o grupo comprador do entorpecente, furtava a parte da carga regular que continha a cocaína, para distribuição em diversos países da Europa”, descreve a PF.

Ainda segundo a corporação, em dois anos de investigações, a organização criminosa movimentou cerca de 17 toneladas de drogas, das quais 12 foram apreendidas.

No Paraguai, o braço da organização era controlado por um empresário de 36 anos, morador de Assunção e proprietário de um hangar em Luque, região metropolitana da capital. O homem, que já era investigado por suspeita de lavagem de dinheiro em empresas do setor financeiro e do ramo agropecuário, foi preso e posto à disposição da Justiça local.

Trabalho conjunto permitiu a identificação de movimentação bilionária dos integrantes da quadrilha. Imagem: Gentileza/Polícia Federal
Trabalho conjunto permitiu a identificação de movimentação bilionária dos integrantes da quadrilha. Imagem: Gentileza/Polícia Federal
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