Operação na maior cadeia do Paraguai termina com 12 mortes

Procedimento policial tinha como objetivo desarticular uma quadrilha que atuava na Penitenciária de Tacumbú, em Assunção.

Com a participação de mais de dois mil agentes policiais e militares, as forças de segurança do Paraguai deflagraram, na madrugada de ontem (18), a Operação Veneratio, que tinha como objetivo desarticular uma organização criminosa que instalou seu centro de comando na Penitenciária Nacional de Tacumbú, em Assunção.

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O procedimento, que foi mantido em relativo sigilo até o início de sua mobilização, teve como alvo o paraguaio Armando Javier Rotela, líder do Clã Rotela, maior grupo criminoso com origem no Paraguai. O embate entre agentes e detentos, que tentavam impedir o acesso ao pavilhão onde estava Rotela, terminou com saldo de 12 mortos.

Entre os falecidos estão 11 presos e um policial, identificado como Martín Mendoza, do grupo especializado Lince. Cerca de 60 pessoas, entre agentes de segurança e internos, tiveram ferimentos e foram atendidas em diferentes hospitais da capital paraguaia.

Na sequência da operação, o Ministério da Justiça determinou a transferência de 700 presos, levados a instituições do interior do país. Já Rotela e integrantes de seu primeiro escalão foram transferidos para a Agrupação Especializada, unidade policial adaptada como prisão de segurança máxima em Assunção.

A Operação Veneratio teve também a apreensão de armas de fogo como fuzis, munições e armas brancas, muitas das quais usadas contra os agentes. Um grupo de 48 mulheres, que passava a noite no interior da penitenciária (exclusivamente masculina), também foi localizado durante a varredura nos pavilhões e celas.

Repercussão

Nas redes sociais, o presidente Santiago Peña (Partido Colorado) considerou o procedimento um sucesso. “Basta de privilégios, cumplicidade e descontrole. Estamos dizendo basta a um modelo penitenciário que transforma cadeias em verdadeiras escolas do crime. Com firmeza e determinação, fizemos uma operação histórica”, afirmou.

Já a Igreja Católica pediu ao governo paraguaio que seja transparente com as famílias das pessoas que perderam a vida, apurando de forma imparcial as circunstâncias de cada falecimento. O Ministério Público do Paraguai fará o acompanhamento das investigações.

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